quinta-feira, 30 de abril de 2009

PISA: UM CASO EXEMPLAR DE MANIPULAÇÃO

O texto que se segue, escrito por dois membros da Direcção da APEDE, ilustra bem a forma como o Ministério da Educação pode criar condições para distorcer os dados relativos ao sucesso dos nossos alunos em contextos de comparação internacional, como o PISA, se isso lhe proporcionar uma base para denegrir os professores portugueses junto da opinião pública.

Para uma reflexão da Escola Pública

Este texto pretende contribuir para a reflexão acerca de uma escola pública, profundamente norteada por directrizes da comunidade europeia. Será que estas directrizes servem a escola pública portuguesa no estádio em que ela se encontra?
Uma escola de Sintra, do ensino básico, foi seleccionada para aplicar o teste PISA-2009, que visa testar a literacia em leitura dos alunos portugueses. Este estudo como se sabe é um estudo a nível internacional. Como nos consideramos uma escola que tudo tem feito para a melhoria das práticas lectivas e para o enriquecimento dos conhecimentos dos nossos alunos, achámos interessante aderir, até porque seria também um teste ao nosso trabalho enquanto docentes. Para além disso, pareceu-nos que poderia ser uma base para futuras reflexões de melhoria das nossas estratégias pedagógicas. Somos uma escola em que, dentro das dificuldades sentidas pelas falta de condições de trabalho, tentamos o nosso melhor e não temos medo de nos questionar para melhorar e progredir no nosso trabalho.
Foi então que as regras de selecção dos alunos nos chegaram e apercebemo-nos de que a selecção incidia em jovens que nasceram entre 1 de Fevereiro de 1993 e 31 de Janeiro de 1994, o que numa escola de ensino básico corresponde aos alunos com um percurso escolar de insucesso. Resolvemos então reunir os directores de turma dos alunos envolvidos e organizámos uma reunião para esclarecer os colegas sobre este processo.
Após a tomada de conhecimento dos nomes constantes na lista dos alunos seleccionados, os directores de turma presentes manifestaram um profundo desagrado relativamente à escolha dos mesmos, por considerarem que uma tal amostragem não seria representativa da realidade da nossa escola.
Rapidamente se inferiu que os alunos seleccionados correspondiam, no essencial, aos que possuem um percurso escolar de maior insucesso. Analisada a sua listagem, concluiu-se que dos quarenta alunos seleccionados apenas 20% eram alunos de sucesso escolar médio, sendo os restantes 80% alunos com aproveitamento e percurso escolar mais fraco e problemático. Os directores de turma constataram ainda que a maioria dos alunos seleccionados apresentam problemas graves de aprendizagem, ao nível da leitura e da escrita, e que a maioria tem planos de acompanhamento ou planos de recuperação, havendo ainda um número considerável de alunos a frequentar os cursos de vertente profissionalizante. Feita esta análise, todos concordaram que a aplicação do PISA não deve ser realizada no ensino básico e que ela só fará sentido no ensino secundário, onde a amostragem poderá ser mais heterogénea e fiável face aos verdadeiros conhecimentos dos alunos portugueses.
Decidimos então contactar o responsável do GAVE, para saber se a referida aplicação é obrigatória e se haveria alguma forma de corrigir os erros apontados, nomeadamente quanto aos critérios de selecção da amostra, uma vez que, a não haver correcção, todos os envolvidos punham em causa a credibilidade deste estudo. O que nos preocupou principalmente foi o facto de, pela primeira vez, o Ministério querer associar a esta aplicação um resultado por escola. Imediatamente imaginámos o pior. Dados de tal forma distorcidos só poderiam dar uma visão completamente deturpada da realidade da nossa escola. De resto, sabemos bem como essa manipulação de dados sobre a educação tem sido utilizada por esta equipa ministerial enquanto arma de arremesso contra o trabalho dos professores portugueses. Basta aqui lembrar a tristemente célebre afirmação da Ministra da Educação: “a culpa do insucesso escolar dos alunos é dos professores”.
Após esse contacto, o director do GAVE concordou com todas as preocupações por nós sentidas e decidiu que a aplicação não se iria realizar na nossa escola. No entanto, consideramos que a exposição desta situação deve ser feita, dando-se conhecimento aos professores e à sociedade civil em geral, até porque esta aplicação do PISA vai continuar a realizar-se em escolas básicas.
Não temos dúvidas de que muito há a fazer para melhorar a escola pública e para diminuir o insucesso e o abandono escolar e não pomos em causa a bondade destes estudos. Só não queremos que estes estudos internacionais possam ser utilizados para continuar a pôr em causa o trabalho dos professores portugueses. Convém recordar que, noutros países da Europa, os alunos desta faixa etária, dada a forma como o plano de estudos está aí estruturado, já estarão inseridos no ensino secundário e que, portanto, os resultados nos exames do PISA serão inevitavelmente diferentes.


Mª Cristina Didelet
Coordenadora do Departamento de Línguas
Membro da Direcção da APEDE

Ricardo Jorge Silva
Professor do Departamento de CSH e DT
Membro da Direcção da APEDE

quarta-feira, 29 de abril de 2009

ENCONTRO COM O GRUPO PARLAMENTAR DO PSD


No passado dia 28 de Abril, Mário Machaqueiro e Ricardo Silva, representando a APEDE, e Ilídio Trindade, representando o MUP, reuniram na Assembleia da República com o deputado Pedro Duarte, em representação do Grupo Parlamentar do PSD. Na impossibilidade de se fazer representar, o PROmova delegou a sua representação nos dois movimentos presentes. Importa referir que, no momento em que se estava a dar este encontro, os membros do PROmova se encontravam reunidos com as estruturas locais do PSD de Vila Real, no intuito de lhes fazer chegar a mesma mensagem que transmitimos ao Grupo Parlamentar desse partido.

Este encontro teve como objectivo sensibilizar o Grupo Parlamentar e a própria Direcção do PSD para as seguintes preocupações dos professores:


  • A necessidade de que os partidos da oposição assumam publicamente, de forma clara, um compromisso de ruptura com as políticas que a actual maioria PS tem querido impor à classe docente e às escolas deste país, compromisso que, indo ao encontro das principais reivindicações dos professores, tenha expressão nos programas eleitorais.

  • A concretização do pedido de fiscalização da constitucionalidade dos diplomas relativos ao modelo de avaliação do desempenho.

Em relação ao primeiro ponto, recordámos a importância, para os professores, das declarações públicas da presidente do PSD, proferidas em Novembro de 2008, as quais continham uma resposta positiva às principais preocupações e reinvidicações dos professores, declarações essas que gostaríamos de ver reafirmadas e contempladas no Compromisso Educação que estamos a solicitar aos partidos políticos. A este respeito, tivemos oportunidade de transmitir ao deputado Pedro Duarte o anseio que os professores têm de ver cancelada a divisão iníqua da carreira docente entre titulares e não titulares e de ser avaliados por um modelo que dignifique a sua profissão. Mostrámos também as dificuldades que hoje se colocam aos professores contratados e a necessidade de assegurar todas as condições que os retirem de uma precariedade artificial, a qual está a ser suscitada por um conjunto de disposições legais que os menorizam injustamente face aos outros professores, em particular no que toca à obrigatoriedade da prova de ingresso, aos impedimentos que se levantam ao completamento de horários nas escolas em que são colocados, etc. Manifestámos ainda a preocupação pelo anúncio do fim dos concursos nacionais de colocação de professores, salientando que o carácter nacional dos mesmos é, nas condições actuais do mercado de trabalho, uma condição fundamental para a transparência e para a equidade do processo de colocação dos docentes. Relembrámos os piores aspectos do modelo de administração escolar cuja imposição está em curso, dando o exemplo do Agrupamento de Santo Onofre como um caso exemplar da prepotência do Ministério da Educação que torna letra morta qualquer veleidade de autonomia escolar efectiva. Por fim, salientámos que os professores encaram com grande apreensão e revolta o facto de o Governo se preparar para pôr fim às nomeações definitivas na Função Pública, desse modo acentuando ainda mais o clima de instabilidade e de precarização dos vínculos laborais, clima que terá reflexos profundamente negativos no funcionamento das escolas. Sublinhámos que, para todos estes aspectos, os partidos da oposição deverão apresentar propostas alternativas capazes de gerar consensos e de conquistar um apoio alargado entre os professores.

E acrescentámos: se o novo cenário pós-eleitoral não romper decididamente com as actuais políticas para a educação, é certo e garantido que a paz não irá regressar às escolas e que os professores se voltarão a unir para lutar contra as mesmas, sendo esta uma realidade que os partidos da oposição têm de ponderar seriamente.

Quanto ao ponto relativo ao pedido de fiscalização da constitucionalidade das leis supracitadas, o deputado Pedro Duarte garantiu-nos que a iniciativa parlamentar está em andamento e que o PSD se ofereceu para assegurar o número de deputados que fossem necessários para viabilizar esse pedido.

Num futuro próximo, é nossa intenção reunir com representações dos restantes partidos da oposição, encontrando-nos, se possível, com as direcções dos mesmos ou com as suas secções responsáveis pela definição programática das políticas de ensino, a fim de obter junto destas organizações um Compromisso Educação que as vincule numa atitude de clara rejeição dos modelos desenvolvidos pela equipa que, em má hora, tomou conta do Ministério da Educação.


terça-feira, 28 de abril de 2009

A MEMÓRIA NÃO PODE SER CURTA

Manuela Ferreira Leite quer suspensão da actual avaliação

Lusa / EDUCARE 2008-11-07

A presidente do PSD defendeu hoje a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores e a aprovação de um novo modelo de avaliação externa e sem quotas administrativas.

Numa declaração na sede nacional do PSD, em Lisboa, Manuela Ferreira Leite defendeu também o fim da divisão da carreira docente em duas, a de professor e a de professor titular.

A ex-ministra da Educação falou aos jornalistas depois de se reunir com professores militantes do PSD que são dirigentes sindicais, na véspera de mais uma manifestação de professores convocada para Lisboa contra o actual modelo de avaliação. "A avaliação dos professores é um princípio que o PSD defende intransigentemente", salientou Manuela Ferreira Leite.

A presidente do PSD criticou, contudo, o actual modelo, considerando que é injusto e que a sua burocracia está a perturbar a actividade docente. "O modelo em vigor assenta em princípios inadequados e injustos e num esquema de tal forma burocrático e complexo que está criar uma enorme perturbação nas escolas e a desfocar os professores da sua função essencial", afirmou, na declaração sem direito a perguntas.

"O Governo impôs um processo que tem dado origem a um clima de tensão e crispação entre todos os intervenientes, que está a prejudicar o sistema educativo. A teimosia com que tem tratado esta questão está a afectar seriamente o que é essencial para a qualidade do ensino: a motivação dos professores", acrescentou.

Manuela Ferreira Leite anunciou que, "por isso, o PSD defende a suspensão imediata deste modelo de avaliação" e entende que, "desde já, se deve começar a trabalhar num novo modelo de avaliação, sério e eficaz".

"A avaliação tem de ser externa, retirando das escolas e dos docentes a carga burocrática e conflitual que os desviam da sua função primordial que é ensinar. A avaliação tem de procurar a efectiva valorização do mérito e da excelência, devendo por isso pôr-se fim às quotas administrativas criadas por este Governo", defendeu.

De acordo com a presidente do PSD, é preciso também "acabar com a divisão da carreira docente, iníqua e geradora de injustiças, entre professores titulares e professores que acabam por ser classificados de segunda".

"Insistir no actual modelo é pura perda de tempo. Os professores não são justa e verdadeiramente avaliados e, principalmente, os alunos e as suas famílias estão a ser prejudicados com o clima de intranquilidade que se vive nas escolas", concluiu Manuela Ferreira Leite.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Esc Sec D. João V - resultado da auscultação

Decisão dos Professores da Escola Secundária D. João V

"Caros Colegas

Os Professores da Escola Secundária D. João V, na Damaia, Amadora, em reunião sindical ontem à tarde aprovaram a seguinte proposta:

Greve às reuniões de Conselho de Turma de avaliação no terceiro período nos anos em que há exames: 9º, 11º e 12º anos, rotativamente, apenas com um professor de cada vez.

Aprovou-se igualmente a proposta de criação de um fundo de greve para diluir os prejuízos em vez de penalizar só alguns professores.

Esta proposta será dada a conhecer à direcção do SPGL e ficamos a aguardar pelos resultados da auscultação da vontade dos professores a nível nacional.

Abraços."
(recebido por mail)

terça-feira, 21 de abril de 2009

PARA UMA MOÇÃO ALTERNATIVA


Colegas,


Embora nos desagrade a ideia de levar às reuniões sindicais nas escolas textos previamente elaborados de moções uniformizadas, para com elas obter a simples anuência dos professores, inibindo assim a emergência de textos que resultem de uma discussão aberta e não condicionada, pensamos que, no contexto actual, faz sentido que os professores possam participar nessas reuniões partindo de ideias claras e de propostas concretas. Nesse sentido, propomos aqui um texto para uma moção alternativa. Pedimos que não tomem este texto como um "facto consumado", mas apenas como uma sugestão de moção que pode ser apropriada por todos e modificada em função do entendimento democrático dos professores.



Está em curso um dos mais violentos ataques à Escola Pública democrática de que há memória neste país.

A actual equipa ministerial mostra-se empenhada em desfigurar completamente a natureza da profissão docente, destruindo as condições para a dignificação da mesma e criando nas escolas um clima de rivalidade e de hostilidade entre os professores em nada compatível com um trabalho pedagógico de cooperação e de troca de experiências, precarizando e desestabilizando o ofício de professor e acentuando a sua proletarização de modo a tornar a classe docente uma massa amorfa e obediente, pronta a aceitar todos os ditames do Ministério da Educação, por mais absurdos que sejam.

Se esta política não for travada, aqui e agora, se não dermos, no tempo que nos resta neste ano lectivo, um fortíssimo contributo para inverter o programa de degradação da Escola e da profissão docente, corremos o risco de vermos a cristalização dos seguintes factos:


  • Uma divisão da carreira entre professores titulares e não titulares que nenhum benefício traz à qualidade do ensino, mas que, em contrapartida, aumenta exponencialmente a quebra de solidariedade entre colegas, as fracturas no interior das escolas e a multiplicação de injustiças avulsas.

  • Um modelo de avaliação do desempenho hiper-burocratizado, sem qualquer paralelo nos restantes países europeus, que pretende formatar as práticas lectivas na base de uma ideologia pedagógica imposta de forma unilateral, mais uma vez sem quaisquer vantagens para a dignificação da carreira docente e para o efectivo reconhecimento da qualidade e do mérito.

  • Um modelo de administração escolar que cancela, definitivamente, a prática da co-responsabilização democrática no processo de tomada de decisões dentro das escolas, impondo a figura de um director todo-poderoso, dotado de poderes discricionários, e acentuando, ao mesmo tempo, a sua dependência em relação ao poder político do Ministério, dessa forma reduzindo ainda mais a já exígua autonomia dos estabelecimentos de ensino.

Neste momento, todos estes pilares do ataque à Escola Pública estão em fase de consumação. Mas o Governo tem outros projectos na manga, que só não foram ainda implementados por colidirem com os intuitos demagógicos em tempo de eleições. Entre tais projectos, importa destacar:



  • A fusão dos dois anos do 2.º Ciclo do Ensino Básico e a extensão a todo esse ciclo da figura do professor generalista, numa perspectiva de puro economicismo que irá degradar ainda mais as condições de transmisssão dos saberes aos alunos desse nível e que terá um tremendo impacto na precarização e no potencial desemprego de muitos colegas que, com qualificações superiores, hoje trabalham nesse segmento do sistema educativo.

  • A supressão das nomeações definitivas, um projecto que já existe em forma de lei aplicável a toda a função pública, e que irá ter na classe docente um efeito profundamente desestabilizador, em especial num tempo de crise económica e social.

  • O fim dos concursos nacionais de colocação de professores, garantias de transparência e de equidade nesse processo, que serão substituídos por concursos locais eventualmente entregues à discricionaridade dos poderes autárquicos, com isso abrindo a porta a todo um conjunto de abusos, de arbitrariedades, de conluios e de compadrios, afectando as normas elementares de justiça no acesso dos professores aos estabelecimentos de ensino.

Tudo isto está, hoje, no horizonte que se perfila para as escolas e para os professores deste país. E não é líquido que este programa não venha a ser executado mesmo num cenário em que o PS perca a maioria absoluta. Quem se limita a contar com o resultado das próximas eleições para inverter muitas destas políticas, está a hipotecar a luta dos professores e as consequências positivas que dela poderão decorrer, se formos capazes de a travar aqui e agora.


Por tudo isto, e porque não podemos ficar de braços caídos face ao futuro que se anuncia, propomos as seguintes formas de luta para este terceiro período:



  • Greve por uma semana, em que cada colega fará dois dias de greve, um por departamento curricular ou por região, e um de greve geral seguida de uma grande manifestação nacional.

  • Publicação nos jornais de um comunicado/anúncio, de página inteira, no dia da manifestação, explicando à opinião pública as razões da luta dos professores.

  • Greve às avaliações do 3.º período que, a ser aprovada pelos professores, se deverá pautar pelas seguintes condições: ser entendida como um último recurso no caso de as negociações com o Ministério da Educação não conseguirem responder aos principais anseios dos professores; assentar numa preparação cuidada e criteriosa, com sessões de esclarecimento organizadas pelos sindicatos em todas as escolas e uma campanha de informação junto das associações de pais e da opinião pública em geral.




segunda-feira, 20 de abril de 2009

COMUNICADO CONJUNTO DA APEDE, DO MUP E DO PROMOVA

"A luta depende muito daquilo que os professores estiverem dispostos a fazer e dos compromissos que assumirem face às acções a desenvolver."

Esta foi a afirmação dos dirigentes da Plataforma Sindical quando foi marcada, para esta semana, uma consulta geral nas escolas.

Infelizmente, esta consulta ameaça tornar-se numa "consulta", se não estivermos atentos e não soubermos introduzir na discussão TODOS os pontos de vista e propostas. TODOS mesmo!

Está a ser apresentada, nas reuniões já ocorridas hoje, uma
MOÇÃO, aprovada pela Plataforma Sindical (podem encontrá-la no site da FENPROF) que merece, da nossa parte, movimentos independentes de professores, nomeadamente a APEDE, o MUP e o PROmova, uma reacção de forte repúdio e firme denúncia. Após o Encontro de Professores em Leiria, tivemos o cuidado de reunir com alguns sindicatos da Plataforma para solicitar que esta consulta, aos professores, fosse totalmente aberta e não condicionada. Nos últimos dias, na blogoesfera, repetimos VINCADAMENTE esse apelo.

Uma
MOÇÃO redigida e apresentada nestes termos (chamamos a atenção particular para o 4º ponto, a contar do final, e para a ausência total de referência a formas de luta mais contundentes) não nos parece de todo correcta, dado que é inequivocamente redutora e parcial. Aponta um caminho, que deixa claramente subentendido, e exclui todos os outros. Não nos parece que promova e que seja o garante de um debate plural e enriquecedor em torno das diversas formas de luta passíveis de serem adoptadas.

Aliás, o simples facto de as organizações sindicais levarem para as reuniões nas escolas uma moção previamente cozinhada, que condiciona todo o debate, fechando-o à partida, parece-nos profundamente negativo e revela que as más práticas do passado tendem a perpetuar-se sem que os seus actores retirem as devidas lições de erros mil vezes cometidos.

Acima de tudo, colegas, quer concordem ou não com esta
MOÇÃO, apresentada pela Plataforma Sindical, não deixem de intervir! Durante as reuniões, discutam tudo, proponham, escolham, ponderem, votem. É esse o grande apelo que fazem os movimentos independentes de professores! É fundamental que saibamos sair do "cerco" e que discutamos abertamente TODAS as hipóteses de luta, TODAS as opções, TODOS os caminhos, mesmo que só nos apresentem um!
Vamos a isso!

domingo, 19 de abril de 2009

PROPOSTAS PARA DISCUTIR NA CONSULTA DOS SINDICATOS AOS PROFESSORES


Colegas,


Nesta semana em que os sindicatos e, em particular, a FENPROF, irão consultar os professores sobre as formas de luta a travar no terceiro período, importa que a discussão não esteja condicionada à partida por uma qualquer proposta ou agenda unilateral.

Temos de ter bem presente que este terceiro período vai decorrer num clima político decisivo: aproxima-se o período eleitoral, e o Governo procura, a todo o custo, evitar a contestação social e dar uma imagem de pacificação política. E o Ministério da Educação vai fazer tudo por tudo para mostrar que essa paz existe nas escolas e que os professores se reconciliaram globalmente com as suas políticas. Todos sabemos que isso é falso. Mas precisamos de mostrá-lo.

Podemos e devemos aproveitar esta recta final do ano lectivo para desenvolver formas de luta que possam fazer uma mossa real no Governo e na equipa ministerial.

Podemos e devemos dar corpo a uma das realidades políticas que mais tem incomodado o Governo, a luta aberta dos professores, um incómodo que ficou agora claro com a recente proposta provocatória do secretário de Estado Jorge Pedreira, a qual visou afastar o espectro da contestação dos professores a troco do aliciamento de alguns com a promessa do fim das quotas para o acesso à categoria de professor titular (uma proposta que, a ser concretizada, apenas viria perpetuar um dos focos de maior perturbação e degradação na vida escolar: a divisão iníqua da carreira docente).

Por isso, caros colegas, podemos e devemos discutir seriamente, na semana que amanhã se inicia, todas as formas de luta que os professores entendam pertinentes.

No último Encontro Nacional de Professores realizado em Leiria foram aprovadas diversas sugestões de formas de luta para serem debatidas nas reuniões sindicais que vão agora decorrer nas escolas. Dessas sugestões destacamos aqui duas:


  • Greve dos professores prolongada por diversos dias, realizada alternadamente em diferentes regiões e culminando num dia de greve geral em todo o país, acompanhada por uma manifestação igualmente nacional.

  • Greve às avaliações do terceiro período, entendida como um último recurso no caso de as negociações com o Ministério da Educação não conseguirem responder aos principais anseios dos professores.

Consideramos fundamental que os professores debatam estas e outras propostas e que os movimentos independentes se organizem para as levar à discussão nas reuniões sindicais.


IMPORTA, ACIMA DE TUDO, QUE O DEBATE NÃO SEJA AFUNILADO EM TORNO DE UMA PROPOSTA APRESENTADA AOS PROFESSORES COMO ÚNICA E INCONTORNÁVEL.

terça-feira, 14 de abril de 2009

DEBATE NO DIA 18 DE ABRIL

Como temos vindo a anunciar, no dia 18 de Abril (próximo Sábado), a APEDE vai participar num debate sobre a situação actual da luta dos professores, em conjunto com representantes de outros movimentos e da direcção do SPGL. O debate irá decorrer no Teatro da Comuna, promovido pela revista luso-brasileira on-line Passa Palavra. Aceitámos o convite com todo o prazer, tanto mais que ele partiu do José Mário Branco (redactor da referida revista), uma das figuras maiores e que mais admiramos na arte da música e da canção em Portugal.
A presença de todos os interessados nesse debate é importante,
porque estamos num momento de viragem na luta dos professores,
porque esse momento se assemelha demasiado a um impasse,
porque é tempo de avaliarmos, com determinação mas sem ilusões, o terreno que pisamos.
A transmissão em directo do debate pode ser seguida aqui.

TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR HOJE A SANTO ONOFRE


Localização


GPS:

latitude: 39°23'51"N

longitude: 9°08'26"W


Se vem de Óbidos pela estrada nacional, dirija-se até à rotunda do emigrante (identificável por um conjunto escultórico constituído por uma grande porta de mármore negro, mesa e cadeiras). Vire à esquerda e vá sempre em frente. Depois de passar por uma rotunda por baixo de um viaduto ferroviário, vire à esquerda na rotunda seguinte. No cimo dessa estrada, vire à esquerda.

Se vem da Foz do Arelho, vá em frente até encontrar uma rotunda junto ao CENCAL e vire à direita. Vá sempre em frente passando por outra rotunda (ficando o hipermercado LECLERC à sua esquerda). Passe outra rotunda e siga em frente. Quando chegar à rotunda seguinte vire à direita. No cimo dessa estrada, vire à esquerda.

Se vem de S. Martinho do Porto pela estrada nacional, dirija-se até à rotunda de entrada na cidade (junto a um restaurante MacDonalds), vire à direita e vá sempre em frente. Vá sempre em frente nas duas próximas rotundas e passe pelo viaduto por cima da via-férrea. Ao chegar à rotunda da Expoeste, siga em frente até encontrar a rotunda dos Arneiros (Fonte Luminosa). Nessa rotunda que tem três direcções, vire na segunda à direita. Vá em frente até encontrar uma rotunda junto ao CENCAL e siga em frente. (Ver percurso vindo da Foz do Arelho)

Se vem do norte ou sul pela A8, saia onde vir a placa Foz do Arelho (norte) ou Caldas da Rainha Centro (sul). Nas rotundas de saída da A8 siga na direcção de Caldas da Rainha (centro). Vá em frente até encontrar uma rotunda junto ao CENCAL e vire à direita. Vá sempre em frente passando por outra rotunda (ficando o hipermercado E. LECLERC à sua esquerda). Passe outra rotunda e siga em frente. Quando chegar à rotunda seguinte vire à direita. No cimo dessa estrada, vire à esquerda.

Se vem do Largo da Rainha, siga pela estrada em direcção à Foz do Arelho. Passe por baixo de um viaduto ferroviário. Ao chegar à primeira rotunda (conjunto escultórico com figura feminina) vire à esquerda. Vá em frente até apanhar uma segunda rotunda. Nessa rotunda que tem três direcções, vire tudo à esquerda. Siga em frente até encontrar outra rotunda. Vire à direita. No cimo dessa estrada, vire à esquerda.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

DEBATE NO TEATRO DA COMUNA, 18 DE ABRIL

A luta dos professores e a defesa da Escola Pública

MESA-REDONDA & DEBATE

Sábado, 18 de Abril, às 15 horas no Teatro da Comuna (Praça de Espanha, Lisboa)
com
António Avelãs, presidente do SPGL, do secretariado da Fenprof
Carmelinda Pereira, da CDEP (Comissão de Defesa da Escola Pública)
Ilídio Trindade, do MUP (Mobilizar e Unir os Professores)
Jaime Pinho, do MEP (Movimento Escola Pública)
Mário Machaqueiro, da APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino)
Octávio Gonçalves, do PROMOVA (Professores – Movimento de Valorização)
Sérgio Niza, do MEM (Movimento da Escola Moderna)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

MANIFESTAÇÃO DE APOIO A SANTO ONOFRE


A APEDE apoia a iniciativa do SPGL para a convocação de uma Concentração, às 18h00 do próximo dia 14 de Abril, junto à Sede do Agrupamento EBI de Santo Onofre nas Caldas da Rainha.

PORQUE NÃO PODEMOS ASSISTIR, IMPÁVIDOS E SERENOS, A MAIS UMA MANOBRA DE ARBITRARIEDADE E DE DESPOTISMO REVANCHISTA DA PARTE DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO;

PORQUE O CASO DE SANTO ONOFRE ILUSTRA O QUE O MINISTÉRIO PRETENDE COM A IMPOSIÇÃO DO NOVO MODELO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR;

IMPORTA QUE TODOS OS PROFESSORES, DE TODOS OS CANTOS DO PAÍS, QUE SINTAM ESTAR EM CAUSA A DIGNIDADE DEMOCRÁTICA DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
CONVIRJAM PARA AS CALDAS DA RAINHA NO DIA 14 DE ABRIL.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A FNE E SANTO ONOFRE: UMA ATITUDE INACEITÁVEL


São sindicalistas deste jaez que desprestigiam os sindicatos dos professores.
São sindicalistas deste jaez que contribuem para afastar os professores da actividade sindical.
São sindicalistas deste jaez que explicam e justificam a existência dos movimentos de professores.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

PARA ACOMPANHAR A SITUAÇÃO NO AGRUPAMENTO DE SANTO ONOFRE

O nosso colega Paulo Prudêncio, professor no Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, tem publicado todo um conjunto de informações que importa ler para avaliarmos até onde pode chegar o ressabiamento, o espírito persecutório e a desvergonha de quem nos (des)governa:
NOJO é a palavra adequada para descrever o que se passa.
REVOLTA é o único sentimento legítimo.
E, face às últimas notícias, URGE expressarmos, com uma manifestação significativa, a nossa RECUSA perante esta arbitrariedade e a injustiça que ela envolve para com uma comunidade escolar que se tem caracterizado por um trabalho impecável e amplamente reconhecido.
EMAIL da APEDE: correio@apede.pt
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