quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UM SÉRIO AVISO À NAVEGAÇÃO

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

UMA ESTRATÉGIA DE LUTA PARA OS PROFESSORES


Concluída a análise dos cenários político-partidários, saibamos ver o essencial para além do acessório.

E o essencial é que, agora, uma nova oportunidade de luta se abre para os professores. As circunstâncias não serão, porventuras, as ideias. Mas só um cego não vê que estamos agora em condições muito mais favoráveis do que as que tínhamos no tempo em que o PS dispunha de uma maioria absoluta.

Um PS com maioria relativa é um PS fragilizado, obrigado a negociar cada Decreto-Lei votado no Parlamento.

Por isso mesmo, este é o momento em que os professores devem redobrar a sua luta e não ceder um milímetro.

No entender da APEDE, essa luta assenta em dois pilares:

- Resistência no interior das escolas;

- Pressão sobre os partidos políticos, em particular os da oposição.

A eficácia destes dois pilares depende da sua conjugação estreita. Comecemos pelo segundo. Todos os partidos da oposição comprometeram-se, sem excepção, a modificar as políticas educativas do governo de Sócrates, especialmente no que respeita à estrutura da carreira docente e ao modelo de avaliação dos professores. É certo que os partidos à direita do PS apresentaram propostas que não primam exactamente pela clareza. Mas, pelo menos, até mesmo esses partidos manifestaram a intenção de renegociar o Estatuto da Carreira Docente e de suspender o modelo de avaliação.

Pois bem: chegou agora o momento de todos os partidos da oposição honrarem, perante os professores, os compromissos eleitorais que assumiram, forçando o futuro governo e o grupo parlamentar do PS a reabrir todos os dossiers respeitantes à classe docente.

Como sublinhámos na nossa mensagem anterior, a APEDE tenciona retomar os contactos com os grupos parlamentares dos partidos da oposição a fim de os pressionar para que a agenda reivindicativa dos professores tenha, finalmente, uma representação parlamentar que se traduza em legislação à altura das nossas justas aspirações. E desde já apelamos aos sindicatos para que acompanhem os movimentos independentes de professores nessa pressão sobre os partidos.

Mas semelhante trabalho na frente parlamentar só será eficaz se, nas escolas, os professores deixarem bem claro a sua completa rejeição das "reformas" de Maria de Lurdes Rodrigues. E esse sinal de recusa tem já uma primeira etapa: o boicote ao novo concurso para professores titulares.

Não tenhamos dúvidas: se os professores se precipitarem em massa a participar nesse concurso, tal significará a cristalização definitiva da divisão da carreira entre titulares e não titulares. E nenhum partido da oposição, sobretudo os que se situam à direita do PS, levantará um dedo para alterar uma situação que, afinal, suscita a cedência da maioria dos professores. É por isso fundamental que os professores se recusem a concorrer à categoria de titulares.

Essa resistência terá de ser feita escola a escola, e departamento a departamento. É preciso que, em cada departamento, os colegas em situação de concorrer cheguem a um consenso no sentido de não participarem colectivamente no concurso. Pois basta haver um ou dois professores dispostos a concorrer para que os outros se sintam compelidos a fazerem-no, a fim de não serem ultrapassados pelos colegas - o que é, aliás, humanamente compreensível. Por isso, a palavra de ordem aqui só pode ser: UNIDADE E SOLIDARIEDADE. Todos unidos contra o concurso para titulares.

Mais do que nunca, os professores têm de perceber o que está em jogo. E o que está em jogo é o fim da distinção entre uma categoria "de primeira" e uma categoria "de segunda". O que está em jogo é a progressão na carreira sem barreiras espúrias.

Ora, se o combate tem de ser travado escola a escola e departamento a departamento, também é verdade que essa luta precisa de uma articulação nacional, capaz de a transformar num movimento que ultrapasse o isolamento de cada escola e faça sentir a cada professor que é um elo numa rede muito mais ampla. No passado recente todos vimos o erro fatal que foi deixar os professores abandonados em cada escola, com a sensação de que cada um estava entregue a si próprio e à sua consciência. Desta feita, a luta tem de ser, em simultâneo, local e nacional.

E aqui os sindicatos têm um papel essencial a cumprir. Pois só eles, com os vastos meios de que dispõem, podem conferir a essa resistência o necessário cunho nacional. Os sindicatos têm a obrigação de enviar às escolas os seus delegados e os seus dirigentes, de modo a fazerem, junto dos professores, a pedagogia da resistência ao concurso para titulares. Os sindicatos não podem aceitar que esse concurso se torne um facto consumado e que, dessa forma, a divisão da carreira se torne, também ela, uma realidade incontornável.

Pela nossa parte, a APEDE continuará, com os escassos meios que estão ao seu alcance, a pressionar as organizações sindicais, tal como os partidos da oposição, para que honrem o contrato que estabeleceram com os professores.

Disso depende o futuro da nossa profissão e o futuro do sistema de ensino em Portugal.

OS RESULTADOS ELEITORAIS DE 27 DE SETEMBRO - A LUTA CONTINUA!

Colegas,

A análise dos resultados eleitorais do dia 27 de Setembro e a sua tradução no contexto actual da luta dos professores, sugerem-nos os seguintes comentários:

. O PS de José Sócrates perdeu a maioria absoluta mas, tudo o indica, continuará a governar Portugal, o que impõe a continuação e o reforço da justíssima luta que temos vindo a travar, a bem da Educação, do futuro da Escola Pública que queremos inclusiva, democrática e de qualidade, sem esquecer a salvaguarda dos direitos e da dignidade profissional da classe docente.

. A APEDE continuará de forma absolutamente determinada, convicta e coerente, a denunciar os malefícios das políticas educativas seguidas por José Sócrates e a lutar pela sua inversão, mantendo-se fiel à forma como se tem conduzido desde a sua origem: promovendo a unidade, reforçando a luta, exigindo que esta seja verdadeiramente eficaz e consequente, sem adormecimentos, ou entendimentos, que tão vigorosamente soubemos recusar e combater no passado!

. É fundamental lembrar que, para além da retirada da maioria absoluta ao PS de Sócrates, ainda não conquistámos nada daquilo que consideramos verdadeiramente essencial:
- mantém-se a insultuosa divisão da carreira;
- mantém-se um sistema de avaliação injusto; perverso e incompetente;
- mantém-se o ofensivo sistema de quotas na avaliação de professores, justificado apenas por razões economicistas e não por uma eventual preocupação em premiar o mérito;
- mantém-se um modelo de gestão que rompe radicalmente com o paradigma de uma Escola Pública democrática;
- mantém-se a espúria prova de ingresso na carreira;
- mantém-se o monstro da burocracia que asfixia o nosso trabalho pedagógico-didáctico;
- mantém-se o absurdo e irresponsável Estatuto do Aluno;
- mantém-se uma pesadíssima estrutura curricular e, em muitos casos, extensos e mal articulados programas disciplinares que urge rever e reformular;
- mantém-se uma propalada autonomia das escolas que não passa, afinal, de mera retórica;
- mantém-se uma política de facilitismo que visa obter, a qualquer custo, resultados estatísticos de pseudo-sucesso, de pura certificação, ao arrepio de um ensino de qualidade;
- mantém-se e vai-se agravando a precariedade e a exploração do trabalho de tantos e tantos milhares de colegas, em simultaneidade com a persistente escassez de recursos humanos qualificados para o apoio especializado a alunos com maiores dificuldades;
- mantém-se e vai-se agravando a perda de direitos dos professores em diversos aspectos da sua vida profissional (como sejam a idade da reforma, condições de trabalho, regime de faltas, horários, etc.);
- mantém-se e vai-se degradando a perda de autoridade dos professores, que corrói o respeito, estatuto e valorização social que merecem;
- anuncia-se a transferência de mais competências de gestão das escolas para as autarquias, eventualmente a própria gestão do pessoal docente (com todos os efeitos perversos que daí podem advir);
- anuncia-se o fim da colocação de professores em concursos nacionais, baseados em listas graduadas (situação muito preocupante, bastando apenas lembrar o que aconteceu este ano com os concursos das escolas TEIP e a bolsa de recrutamento);
- anuncia-se a passagem dos vínculos definitivos a contratos por tempo indeterminado...

Enfim... só por isto (e não é tudo, bem o sabemos) já se conclui que poderemos ter ganho, hoje, uma batalha, mas subsiste ainda um longo caminho a percorrer e uma guerra que continua, em grande medida, por travar e vencer. Onde todos somos necessários, onde todos teremos uma palavra a dizer.

. Neste sentido, A APEDE não pode deixar de lamentar a inacção dos sindicatos de professores no decorrer do mês de Setembro, (por contraposição com a atitude e postura de outros sindicatos, que marcaram greves, manifestações e acções de rua) uma estratégia que, além do mais, não terá tido os efeitos políticos mais desejados. Esperamos agora que os dirigentes sindicais voltem em força ao seu trabalho e conduzam de forma realmente célere e eficaz o processo negocial. Da nossa parte, cá estaremos, como sempre, disponíveis para o reforço da luta e para as iniciativas que permitam resolver, de forma visível, os problemas com que se debatem, no seu dia-a-dia, todos aqueles que, como nós, leccionam nas escolas deste país.

. Lembrando a importância que o "Compromisso Educação" terá de assumir nas negociações e contactos parlamentares com vista à aprovação do programa do futuro governo, nomeadamente na área da Educação, a APEDE irá solicitar, logo que possível, audiências com os diversos grupos parlamentares e com a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, no sentido de garantir que as principais reivindicações dos professores não ficarão esquecidas. Como é óbvio, não nos esqueceremos de sublinhar que, de acordo com o actual quadro de maioria relativa do PS, as iniciativas parlamentares que venham a ser tomadas (e solicitaremos que sejam agendadas com urgência, de forma a evitar-se mais um ano lectivo de tensão e conflitos nas escolas) com vista à suspensão e correcção das políticas gravosas do anterior governo, podem agora mais facilmente obter aprovação parlamentar.

. A APEDE apela ainda, uma vez mais, a todos os colegas, que se mantenham firmes, unidos e determinados nesta luta, recusando alinhar nas manobras divisionistas do ME, de que é exemplo a recente abertura de candidaturas (a candidato) a professor titular. É fundamental que os colegas mantenham uma coerência de princípios nas suas decisões individuais, sabendo dizer NÃO!

. A APEDE continuará presente, em todos os momentos desta luta, disposta a levá-la até ao fim! Porque esta luta é justa, é feita com verdade e com convicção e... porque temos razão, é uma luta que tem de ser ganha! A bem da Educação! A bem do país!

Um abraço solidário a todos os colegas.

CENÁRIO PÓS-ELEITORAL: A LEITURA DE MÁRIO MACHAQUEIRO


O PS de Sócrates perdeu a maioria absoluta.

Isto significa que o tempo de uma governação autista e arrogante passou, e que vai ser necessário a Sócrates iniciar o caminho da negociação e do diálogo - algo que é contrário à sua natureza profunda, e que coloca sob o signo da incógnita o exercício do poder nos tempos que agora se abriram.

Se nos permitem um pouquinho de análise política, o único partido que pode genuinamente cantar vitória, neste momento, é o CDS-PP, pois, excluindo o PSD, só com ele o PS consegue formar uma maioria absoluta de deputados no parlamento. Nesse sentido, a subida significativa do BE é uma meia-vitória com o sabor de meia-derrota.

Por conseguinte, se não surgir o cenário mais do que improvável de uma promiscuidade "central" entre o PS e o PSD - cenário que, na verdade, não interessa a qualquer um desses partidos -, cabe ao CDS-PP a tarefa de marcar politicamente o terreno ao PS. A menos que haja uma inflexão de 180º na política do PS e que este seja capaz de formar alianças pontuais com o BE e a CDU. Mas, com Sócrates e o seus apaniguados na liderança do PS, tal só parece possível para decisões tão "relevantes" como a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O resto, que é imenso - a revogação do actual Código do Trabalho, a manutenção dos vínculos para os funcionários públicos, o combate efectivo à corrupção, uma recuperação da economia em articulação com políticas redistributivas -, vai continuar adiado ou estará entregue a uma agenda dominada por orientações essencialmente conservadoras. A Oeste nada de novo, portanto. E isso é mau, muito mau.

No meio disto tudo, que resta aos professores? Há que reconhecer que os resultados eleitorais deste dia 27 não abalaram significativamente as piores políticas da 5 de Outubro. Francisco Louçã embandeirou em arco com o afastamento quase inevitável de Maria de Lurdes Rodrigues. Disse o que lhe competia, até porque grande parte da subida eleitoral do BE se deve ao voto dos professores, e ele sabe-o. Mas a substituição da ministra por uma figura meiguinha, que consiga fazer passar as agressões aos professores com um arzinho "soft" e que, paulatinamente, transforme a divisão da carreira e a nova gestão escolar em factos consumados, não representa uma boa notícia para a classe docente. A ascensão anunciada de uma Isabel Alçada para a pasta da Educação, com um perfil mais "simpático", está muito longe de ser uma vitória para os professores. Se o essencial das políticas se mantiver e se o pessoal embarcar no canto da nova sereia ministerial, tudo estará perdido. E acreditem: ESTE TUDO É MUITO! Mas que dizer quando até o nosso amigo Ramiro Marques se confessa incapaz de resistir ao charme discreto da senhora Isabel?...

Claro está que um novo governo "dialogante" vai deixar cair o modelo de avaliação do desempenho, esse furúnculo no qual todos nós, professores, concentrámos excessivamente a nossa atenção, negligenciando dimensões muito mais estruturais (como a divisão da carreira) e, por isso, muito mais perniciosas. Deixar cair o modelo de avaliação é relativamente fácil para o PS. Na verdade, a sua imposição resultou apenas de um misto entre a proverbial teimosia de Sócrates e a noção de que as sondagens - esse novo barómetro da governação - aconselhavam a não ceder aos professores. Mas, de facto, o modelo de avaliação até já caiu: o "simplex" aniquilou-o.

Entretanto, o resto, que é o essencial, permanece de pé.
Continuamos a ter esta diferenciação espúria entre titulares e não titulares.
Continuamos a ter directores tendencialmente arbitrários e despóticos.
Continuamos a ter milhares de professores contratados numa situação de total precariedade.

E é aí, em todos esses pontos, que a luta dos professores se deverá concentrar no futuro próximo.

Terão os professores a lucidez e a clarividência política para não cederem na luta pelo essencial, aqui e agora, perante um PS forçado, doravante, a negociar cada medida governativa?

Saberão os professores manter-se firmes, começando, desde já, por REJEITAR INEQUIVOCAMENTE O NOVO CONCURSO PARA PROFESSORES TITULARES?

Mais uma vez, os tempos não se adivinham fáceis. O que vem aí exige uma grande determinação e uma não menor coerência.


Pequena nota de rodapé para um partido que se arrisca a reduzir-se a uma organização de rodapé: Após a aparente recuperação nas eleições europeias, o PSD continua a rota descendente a caminho da irrelevância política. Pode continuar a ser o segundo partido mais votado, mas pesa cada vez menos nas decisões políticas e nas próprias configurações eleitorais (basta pensar que, nestas eleições legislativas, o PSD em quase nada contribuiu para retirar a maioria absoluta ao PS). As próximas noites do PSD vão ser de «facas longas» (já as ouvimos a ser afiadas). E, de facada em facada, o PSD vai-se afundando um pouco mais...


Outra nota de rodapé (com vários destinatários): Infelizmente, ainda houve muito professor a votar no PS. Há pessoas para quem o masoquismo não é apenas uma perversão: é mesmo uma forma de vida.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO DE 19 DE SETEMBRO - JORNAL DA NOITE DA SIC

MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO DE 19 DE SETEMBRO - AS FAIXAS E O CARTAZ DA ORGANIZAÇÃO





A MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO DE 19 DE SETEMBRO




Colegas,


Vivemos ontem mais um momento importante neste nosso processo de luta. Soubemos de novo sair à rua, firmes nas nossas convicções, sabendo bem o que nos une e nos move. Quem lá esteve sabe o que sentiu e como viveu aqueles momentos. Voltámos a afirmar as razões justíssimas da nossa luta, que não podemos deixar adormecer ou arrefecer. E esse foi também um dos motivos que nos levou a organizar esta manifestação de protesto.


Da nossa parte, sentimos que foi uma jornada de luta muito positiva. Quem lá esteve sabe que valeu a pena! Foi importante ver tantos colegas determinados e mobilizados. Muitos rostos conhecidos, outros menos, mas todos activistas de fibra, que nos deram força com a sua presença e férrea disposição em manter acesa a chama da resistência! Para todos, o nosso obrigado! Em especial para os colegas do Norte que foram muitos e, mesmo tendo de fazer a viagem, uma vez mais, disseram presente! Uma palavra também para os colegas que têm, ou já tiveram, algum envolvimento nos sindicatos de professores e que, ontem, não quiseram deixar de marcar presença, dando um grande exemplo de unidade na luta. Um abraço especial a todos eles!


Nos dias que antecederam esta manifestação de protesto, alguns colegas falaram, com receio, dos números. Que estariam poucos, que isso seria aproveitado para esvaziar a nossa luta. Também aqui, tivemos um dia positivo. Apesar de termos sempre explicado que esta seria uma manifestação diferente das habituais, mais simbólica, a grande verdade é que os colegas, de Norte a Sul do país, não deixaram de corresponder. Dizendo presente, deram um importante contributo para esvaziar os receios de muitos. Quem esteve às 17h, na AR, sabe bem que não há nenhum problema em falar de números. As fotos de Belém e da 5 de Outubro mostram também que os professores compreenderam os objectivos desta manifestação de protesto. Os números disseram, claramente, que não vamos deixar morrer esta luta. Sentiu-se uma firme e inabalável disposição para resistir, em tantos e tantos professores. E isso dá-nos a certeza de que venceremos esta luta! Quando se tem firmes convicções e o sentimento de estar do lado certo, fica a certeza que nada nos poderá demover.


Pelo seu lado, os movimentos independentes deram hoje mais uma prova que estão nesta luta de forma séria, responsável, e conscientes do seu papel no reforço da luta dos professores. Afinal, são movimentos de professores. Exactamente isso: professores! Que sentem na pele, no dia-a-dia da escola, todos os dias, o peso do monstro burocrático e os efeitos perversos das actuais políticas educativas. Continuaremos na luta, firmes e determinados! Preservando sempre a nossa independência, total liberdade, e autonomia de acção, face a quaisquer outros interesses que não sejam os dos professores! Como mais uma vez, ontem, soubemos demonstrar.

Abraço solidário a todos os colegas


P.S.- Queremos ainda endereçar, em nome dos movimentos independentes de professores, um agradecimento especial ao comando geral da PSP, de Lisboa, que se disponibilizou para dirigir e escoltar, de forma tão especial quanto inesperada, a caravana automóvel de professores entre o Palácio de Belém e S. Bento, permitindo-nos chegar em poucos minutos. Tendo sido, como alguns colegas já referiram, um “subtil” sinal de solidariedade para com a luta dos professores ou, apenas, uma atitude de cortesia, aqui fica a nossa palavra de reconhecimento e agradecimento.

UM TESTEMUNHO IMPORTANTE SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE 19 DE SETEMBRO


Breve Relato da Manifestação Nacional de Professores de 19 de Setembro de 2009

Uma jornada memorável de unidade e luta, que vai ter seguimento em breve!

Eram dezenas frente ao ME, mas foram engrossando, de todo o País, dirigindo-se também para Belém e para S. Bento. Contratados e efectivos. Com e sem movimento. Com e sem sindicato. Com e sem partido. Novos e "velhos", que velhos são os trapos, e só estamos velhos quando nos demitimos da luta. Quando nos pomos de pantufas, e somente esperamos, como a nêspera de Mário Henrique-Leiria. Mas todos ferreamente unidos na diversidade.
Neste momento somos já uma centena. Revêem-se amigos, trocam-se abraços e beijos com companheiros das lutas ou meramente com colegas de escolas onde já leccionámos. E conversa-se. Muito. Conversas fraternais em que todo este calvário destes 4 anos é passado a pente fino. Mas em que também é escalpelizada a estratégia que foi imprimida à maior movimentação de sempre da classe docente em Portugal, como um todo, e que conduziu a resultados francamente insatisfatórios. A mesma determinação e confiança espelhada em todos os rostos, professores, homens e mulheres dignos, de um rosto só, que não perdoam ao seu inimigo deste últimos quatro anos. E para todos, o inimigo tem um rosto: Sócrates e o seu sinistro terceto da 5 de Outubro: MLR, Valter e Pedreira. Quase cadáveres políticos mas que mesmo moribundos ainda provocam danos à classe, à Educação, às novas gerações e ao futuro de Portugal como nação viável e soberana.
Entrevistas à comunicação social, mais que muitas. As estações televisivas fazem o pleno. A mesma disposição de dar a cara, de marcar posição e de prosseguir a luta. Sempre. Sem desfalecimentos ou vãs ilusões em mágicas "saídas eleitorais para a crise".
Ainda frente ao ME: um minuto de impressionante silêncio em memória duma Educação vilipendiada, infinitamente mais pobre e, sobretudo, de luto. Depois o grito em uníssono: "Não esquecemos! Não esquecemos!" e a seguir a partida colectiva rumo a S. Bento, para a concentração única frente à Assembleia da República, uma casa maltratada e instrumentalizada pela mesma maioria totalitária para uns, para o governo mais à direita desde 25 de Abril de 1974, para outros.
Lá, um mar de gente. Rostos conhecidos, Caras amigas. Os camaradas contratados marcaram presença forte, entre outros, destacados membros da lendária comissão de contratados 1999/2000, como Aurora Lima, Gil Garcia, Carlos Vasconcellos. Outros companheiros da luta brava mais recente: José Carlos Vinagre, André Pestana, Amílcar Calvinho, Alda Arraia. Dirigentes ou ex-dirigentes, já históricos do SPGL, como Maria do Céu Fazenda, Jaime Pinho, Eduardo Henriques, João Paulo Maia, José Matias, Isabel Guerreiro, Carlos Silva, para citar só alguns (que me perdoem ou outros). Delegados como Emília Cerqueira, João Medeiros entre tantos. Gente digna cuja presença ali reduz à mera lama acusações (de grau zero de argumentação política e ideológica), de "colagem com a extrema-direita" (!).
Muito saudada a presença de uma carrinha de directos de uma estação que embora amordaçada pelo poder ainda vai resistindo, a TVI.
Frente à AR, breves alocuções, muito minimalistas, em que se reforça a realidade duma classe docente disposta a não esperar passivamente e muito menos disposta a dar tréguas aos novos senhores do poder que sairá de 27 de Setembro, sejam eles quem forem.
Por fim, as despedidas emotivas, mas conscientes do dever cumprido, dever com a classe e com o País, e um rápido: Até à próxima!".

Texto de Paulo Ambrósio
(professor presente na concentração frente ao ME e frente à AR)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CARTAZ DA MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO DE DIA 19


Clica na imagem para ampliar.
Copia o cartaz e afixa-o na sala de professores da tua escola.
A luta faz-se com todos. Não podemos adormecer agora!

DIA 19, NÃO PODES FICAR EM CASA!


Vem de negro e escolhe o local do teu protesto: Parlamento, Palácio de Belém ou 5 de Outubro.

NÃO PODEMOS ADORMECER AGORA!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A APEDE ALARGA O CONVITE A TODOS OS COLEGAS!




Até dia 17, caro colega Santana Castilho!
Palácio Galveias, 19.00h


BOAS RAZÕES PARA NOS MANIFESTARMOS NO DIA 19 DE SETEMBRO

Porque nunca os professores foram tão insultados e espoliados de direitos no exercício da sua profissão;

Porque é necessário e urgente inverter a crise que se abateu sobre o sistema de ensino em Portugal;

Porque estamos em véspera de podermos mudar tudo isso;

Porque os programas dos principais partidos tomaram os professores como alvos de uma dedicação subitamente descoberta, mas...

... mas o tema da educação tem primado pela ausência nos debates televisivos entre os líderes partidários (o que não é bom sinal);

Porque os lugares desta manifestação desdobrada, o Ministério da 5 de Outubro, o Parlamento, o Palácio de Belém, correspondem aos órgãos onde se tomam as decisões fundamentais para a profissão docente e para a Escola Pública, e é aí que os professores têm de fazer ouvir a sua voz;

Porque os professores têm memória e não esquecem;

Porque os professores querem lembrar aos mais distraídos que merecem, da parte do poder político, a estima e o reconhecimento que nunca lhes foi dado em 30 anos de democracia;

Porque o dia 27 de Setembro tem de ser um virar de página definitivo numa história triste e lamentável.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

INSPIRAÇÃO PARA O DIA 19

15 DE NOVEMBRO DE 2008





segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ORGANIZAÇÃO DA MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO DOS PROFESSORES - 19 DE SETEMBRO


Tal como foi já tornado público, os professores irão manifestar-se em Lisboa, no próximo dia 19 de Setembro de 2009, às 15:00 horas.

Numa forma de manifestação diferente do habitual, a mesma decorrerá em simultâneo em três locais diferentes e simbólicos: Assembleia da República, Ministério da Educação (Av. 5 de Outubro) e Palácio de Belém. Em nenhum deles, haverá prelecção de discurso público, mas sim uma faixa dos Movimentos que organizam o protesto (APEDE, MUP e PROmova), contendo uma mensagem forte e incisiva que pretende dar voz ao sentimento dos professores.
Nos três locais de concentração, haverá representantes dos movimentos, que promovem e organizam esta acção, podendo os colegas dirigir-se a qualquer um desses locais, de acordo com a sua sensibilidade e desejo de participação.

Solicita-se que, na medida do possível, os colegas venham vestidos de negro e que, depois de alguns minutos de silêncio, se manifestem como entenderem, com faixas, cartazes, etc., dando livre curso à sua criatividade, contribuindo, desse modo, para o sucesso desta iniciativa.

APEDE
MUP
PROmova

domingo, 6 de setembro de 2009

FENPROF - ACÇÃO PÚBLICA CONTRA A PRECARIEDADE E INSTABILIDADE DE EMPREGO

Segunda-feira, 7 de Setembro, às 11h em frente ao Ministério da Educação!

Mais informações em http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=95&doc=4283&mid=115

É IMPORTANTE PARTICIPAR!
OS COLEGAS CONTRATADOS MERECEM O NOSSO TOTAL APOIO!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

COMUNICADO CONJUNTO - APEDE, MUP e PROmova


Na passada 4ª feira, dia 2 de Setembro, os Movimentos Independentes de Professores, APEDE, MUP e PROMOVA, e outros activistas que se têm envolvido neste processo de luta, estiveram reunidos para debaterem e tomarem uma posição conjunta sobre as iniciativas de luta a desenvolver no mês de Setembro. Do debate realizado, e após uma reflexão e troca de ideias conjuntas que teve como preocupação fundamental a manutenção da matriz essencial dos Movimentos de Professores, que é a sua independência, e a ponderação de diversos outros factores (aspectos de logística, mobilização, etc.) resultou a decisão, que agora se anuncia, da realização de uma MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO DOS PROFESSORES, que irá decorrer, em simultâneo, em três locais distintos (Assembleia da República, Ministério da Educação e Palácio de Belém), no dia 19 de Setembro, às 15:00 horas, para que, de uma forma simbólica, articulada e original, os professores possam manifestar o seu veemente repúdio pelas políticas educativas em curso, deixando muito clara a sua disposição para continuarem a luta, caso o futuro governo, seja ele qual for, não concretizar as mudanças que temos vindo a exigir, constantes no "COMPROMISSO EDUCAÇÃO". Os detalhes organizativos e de pormenor sobre a concretização destas iniciativas serão comunicados em breve.

Apelamos a todos os colegas para que divulguem e participem activamente nesta jornada de luta, no dia 19 de Setembro, que mostrará, uma vez mais, que os professores têm memória, não desmobilizam e continuam decididos e firmemente empenhados na sua luta cívica em defesa da Escola Pública e de um Ensino de qualidade.

APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino)
MUP (Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores)
PROMOVA (Professores Movimento de Valorização)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

APENAS MAIS UM INSULTO AOS PROFESSORES


Não sabemos o que é mais insultuoso para os professores: se achincalhá-los na praça pública e acusá-los das piores doenças do sistema educativo, como o primeiro-ministro e a sua apaniguada do Ministério da Educação não se cansaram de proclamar, ou se, como José Sócrates fez na sua recente entevista na RTP1, tratar os professores como uns débeis mentais que não compreenderam a bondade das intenções que o governo lhes destinou em tão benfazejas reformas.

Sócrates é, realmente, um caso de comunicação: até quando pretende acariciar os professores, consegue insultá-los.

É claro que o futuro ex-primeiro-ministro sabe muito bem que o problema não reside na forma, mas no conteúdo. Aliás, a forma, neste caso, até correspondeu perfeitamente ao conteúdo: se o objectivo era retirar direitos e dignidade aos professores, se a finalidade era degradar a sua condição social e profissional, a retórica legitimadora desse processo só podia ir no sentido de os humilhar publicamente. Como, de facto, foi.

No dia 27 de Setembro, os professores vão-lhe dar a resposta nas urnas. O futuro ex-primeiro-ministro sabe-o. E teme-o.

Imagem retirada do Antero

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CONCURSOS 2009/2010- A APEDE DENUNCIA GRAVE SITUAÇÃO DE INJUSTIÇA NAS ESCOLAS PRIORITÁRIAS (TEIP)


Muito se tem falado da verdadeira encenação e operação de marketing levada a cabo pelo ME, com as declarações públicas dos seus responsáveis acerca dos concursos de colocação de professores para 2009/2010. Os sindicatos já denunciaram, e bem, a manipulação dos números quanto às colocações, o emagrecimento dos lugares de quadro, o obsceno e vergonhoso ataque à estabilidade profissional dos colegas (quer os efectivos que passaram a quadro de Agrupamento, mas sobretudo os milhares de QZP's que, ficando apenas colocados a 28 de Agosto, perderam o lugar de quadro que detinham, para não falar da situação inenarrável vivida, ano após ano, pelos colegas contratados), mas subsistem situações que continuam por denunciar e que a APEDE não pode calar. O caso que hoje destacamos (não esquecendo também a situação referida ontem pelo Ramiro Marques em http://www.profblog.org/2009/08/as-injusticas-do-novo-concurso-de.html) provoca-nos o maior repúdio e devia merecer, a nosso ver, uma pronta reacção por parte dos sindicatos que têm a capacidade e a competência de exigirem a sua correcção (imediata ou futura).

Como os colegas sabem, as vagas de afectação das escolas prioritárias (vulgo TEIP) foram apenas disponibilizadas para docentes dos quadros. Foi feita a colocação em Junho último e nem todas as vagas foram ocupadas. Essas vagas e as necessidades apuradas no final do ano lectivo voltaram a ficar disponíveis apenas para docentes de quadro (DACL, DAR, etc.) no concurso cujos resultados saíram a 28 de Agosto, tendo-se registado apenas 4 ou 5 colocações no conjunto das escolas TEIP. Sobraram e ficaram por ocupar, como facilmente imaginam, dezenas e dezenas de vagas e em muitos casos horários completos. Estas vagas estão agora a ser canalizadas, directamente, para contratação de escola. Perguntam os colegas: onde está o problema? O problema é evidente e grave: estas vagas já poderiam estar ocupadas se os colegas contratados a elas pudessem ter tido acesso. O que acontece agora é que esses colegas contratados, impedidos de concorrer às escolas TEIP (cujos códigos nem sequer estavam disponíveis na manifestação de preferências) concorreram a outras escolas e acabaram por ficar colocados em locais mais distantes, muitas vezes com horários incompletos, e vêem agora que colegas seus, com menor graduação, acabam por ser contratados para essas escolas, e em muitos casos com horários completos.

E impõe-se a pergunta: se a ideia de vedar a candidatura de professores contratados às escolas TEIP era dotá-las de professores exclusivamente dos quadros (supostamente mais experientes e qualificados, na óptica do ME) então por que motivo acabam agora colocados nessas TEIP colegas contratados com muito menor experiência do que aqueles que se viram impedidos de concorrer e que até já leccionavam, muitos deles, nessas mesmas escolas, tendo participado e ajudado a dinamizar os seus projectos educativos?

Aqui deixamos alguns exemplos (estes podemos confirmar, mas há muitos mais) de escolas TEIP actualmente com horários em contratação de escola, que estiveram a concurso (vedado a contratados) e não foram ocupados:

Agrupamento de Escolas Francisco Arruda 171372
Agrupamento de Escolas Manuel da Maia 171724
Agrupamento de Escolas de Carnaxide/Portela 171803
Agrupamento de Escolas Pintor Almada Negreiros 171797
Agrupamento de Escolas Cardoso Lopes 171232
Agrupamento de Escolas D. Domingos Jardo 171608
Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro 171876
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha 171890
Agrupamento de Escolas do Monte da Caparica 170227
ES/3 de Monte da Caparica 402266
Agrupamento de Escolas de Elvas n.º 1 135240
Agrupamento de Escolas de Beja 135021

E agora vamos deixar-vos um exemplo concreto, comprovado e confirmado pela APEDE (entre muitos outros que seguramente aconteceram) daquilo que denunciamos acima:

Isabel, professora contratada, leccionou no ano lectivo 2008/09, numa escola TEIP, no concelho de Sintra, onde reside. Lecciona há 9 anos. Gostaria de continuar o trabalho que desenvolveu e dar continuidade às suas turmas e respectivos projectos. Ficou impedida de concorrer a essa escola e acabou por ser colocada em 28 de Agosto, numa escola mais distante. Na escola TEIP que teve de abandonar estão, neste momento, 3 horários do seu grupo de docência (dois deles COMPLETOS) em contratação de escola, que poderão vir a ser ocupados por Catarina, por sinal sua irmã, com apenas três meses de serviço docente e uma graduação profissional muitíssimo inferior. Mais palavras para quê?! Isto é brincar com a vida das pessoas, o seu trabalho e a sua dignidade.

Já o dissemos, logo a 6 de Julho, e reafirmamos agora a nossa exigência: um novo concurso nacional para afectação a lugares de quadro, já no próximo ano lectivo, com uma correcta adequação das vagas a concurso às necessidades reais das escolas. Como é óbvio, exigimos também que as vagas das escolas TEIP voltem a ser integradas no concurso nacional e estejam disponíveis para todos os docentes. Do mesmo modo, importa esclarecer que jamais aceitaremos colocações efectuadas a nível de escola/região, rompendo-se com o princípio da transparência que decorre da existência de listas graduadas nacionais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

LER OS OUTROS: UM ARTIGO MUITO PERTINENTE DE JOÃO RODRIGUES

João Rodrigues é um dos melhores bloggers nacionais e colabora regularmente naquele que é, porventura, o melhor blogue português sobre questões de economia política. Tem também uma crónica semanal no jornal I que, desta feita, foi dedicada ao alargamento da escolaridade orbigatória ao 12.º ano. O que ele aí escreve não é apenas justo e pertinente. É também uma desmontagem lúcida das consequências mais perversas que decorrem da imposição aos estabelecimentos de ensino do novo modelo de administração escolar (contra o qual a luta dos professores não foi suficientemente contundente), ao mesmo tempo que mostra como esse e outros esquemas relevam de uma lógica internacional ou transnacional muito mais vasta e muito mais ubíqua:

O NOVO LIVRO DE SANTANA CASTILHO


Um livro dedicado pelo autor

«Às Professoras e aos Professores que não vergaram,
que não empenharam a sua dignidade profissional nem venderam a
sua independência intelectual»
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