Numa altura crítica, de alguma incerteza quanto aos resultados que venhamos a obter nas diversas frentes da luta dos professores, no desenhar das respostas partidárias às nossas justas reivindicações, e mesmo quanto ao resultado das próximas eleições e eventuais alterações de rumo nas actuais políticas educativas, a APEDE lança as perguntas e abre o debate:
Que fazer no futuro próximo?
Até onde estamos dispostos a levar a luta?
Que iniciativas serão mais eficazes para invertermos a situação actual?
E os sindicatos? Que respostas têm quanto à continuidade da acção reivindicativa? No fundamental, esperar pelas propostas do novo governo? Foi essa a estratégia de luta colhida nos contactos com os professores ou é uma decisão de topo das diferentes direcções sindicais?
O que fazer para conter e inverter o avolumar de constrangimentos (que serão tanto maiores quanto mais tempo passar) relativamente à questão dos "direitos adquiridos" (que tanto parece preocupar a classe política), decorrentes da manutenção e prolongamento do actual "status quo" no que respeita à ADD, à divisão da carreira e ao modelo de gestão?
O programa de luta, para Setembro/Outubro, continua em aberto e há decisões que podemos tomar.
Fica assim lançado o convite ao debate e ao contributo de todos. A luta, ou pelo menos a sua definição estratégica, não pode ir de férias!
Como ponto de partida para essa discussão, relembramos as conclusões da Assembleia Geral da APEDE, realizada a 18 de Julho:
Agradecemos a participação e colaboração de todos os colegas.
Abraço solidário
7 comentários:
"O que fazer (...) relativamente à questão dos "direitos adquiridos" (que tanto parece preocupar a classe política)..."
Que "direitos adquiridos"? Os de uma minoria de professores que adquiriu o estatuto de Titular de uma forma injusta e arbitrária e, automaticamente,o de chegar ao topo da carreira? E os direitos da maioria dos professores que foram atropelados por este ECD? Não me façam rir!...
Caro mgjorge,
Se leu com atenção certamente reparou que colocámos entre aspas a expressão direitos adquiridos. Será necessário explicar que não defendemos a manutenção desses "direitos adquiridos"? Como deve saber, temos lutado para que estas políticas sejam revogadas, mas aquilo que talvez não saiba é que temos vindo a perceber nos encontros com os diversos responsáveis políticos, na Assembleia da República, que essa questão é referida com alguma insistência. E só por isso é que tocamos no assunto: existe uma resistência em anular os efeitos das classificações entretanto atribuídas, em alterar de modo sensível o modelo de gestão e ainda falta colocar preto no branco a extinção da figura do professor titular.
Acha assim tão simples que o próximo governo faça tábua rasa de tudo o que passou nestes últimos anos, anulando o que está no terreno?
Era bom que assim fosse, mas nós temos a certeza que isso exigirá uma grande determinação e persistência na luta.
E é para isso que existimos.
Para mim "direitos adquiridos" são todos aqueles que existiam antes desta divisão (titular/não titular)... aqueles que nos foram retirados aquando o ECD.
Quanto a formas de luta, continuo a apostar nas manifestações de rua, pois já dizia a minha avó: "Quem não é visto não é lembrado"!
Penso que é muito importante o papel que cada um tiver nas escolas, não se deixando intimidar pelas ameaças. A greve de zelo é algo que defendo mesmo tendo muito a "perder".
Depois de ler a, recente, entrevista dada pela MLR ao DN... a minha indignação ainda cresceu mais!
Por essa razão não podemos deixar arrefecer a nossa LUTA!
Comigo podem contar para todas as formas de luta!
Olá Fátima,
Realmente é espantoso que os políticos não se preocupem com TODOS os direitos adquiridos que fomos perdendo ao longo dos últimos anos. E foram muitos. A preocupação é sobretudo com os titulares e com os efeitos das classificações que decorreram desta verdadeira farsa. Cá estaremos para lhes explicar que não aceitaremos operações de maquilhagem que deixem as questões de fundo, mais gravosas, inalteradas. É importante essa disposição para a luta!
Abraço
Caros colegas,
para mim todas as formas de lutas serão boas desde que demonstrem o nosso total desacordo e descontentamento com aquilo que nos fizeram nestes últimos 4 anos.
Perdemos direitos pelos quais tinhamos lutado... espezinharam-nos... desvalorizaram-nos... conseguiram "dividir-nos" - infelizmente tb isso aconteceu!
Sempre defendi que numa luta, quando a sério, tem de haver lesados - sejam eles alunos, pais e outros mais.
O que me incomoda profundamente é ver colegas que, neste últimi ano lectivo, dançaram ao som da música da sua escola. Mesmo contrariados, depois de andarem de T-shirts pretas vestidas e de participarem em manifestações, foi mais fácil cederem e compactuarem com aquilo que, à partida não concordavam.
Apenas entendo as justificações de alguns colegas para terem embarcado em tal situação. Mas num universo de não sei quantos mil professores, quero acreditar que ainda há quem esteja disposto a LUTAR. Seja que luta for e com as consequências quer trouxer. Se necessário uma semana de greve, pois seja!
Quantas greves marcarem lá estarei de bandeira erguida!
A minha honra acima de tudo!
Já escrevi muito! Desculpem-me... aproveitei para desabafar.
Mas eu quero voltar a ter os meus/nossos direitos!
Dignidade profissional... onde andas tu?
Pelas ruas da amargura?
Então, reergue-te!!
Olá alebana,
Desabafa à vontade e sempre que quiseres :)
É inegável que muitos colegas, pelas mais variadas razões, acabaram por ceder, num momento importante da nossa luta. Talvez não tivesse sido necessário deixar as coisas chegarem a esse ponto, e o esforço dos movimentos foi sempre no sentido de se radicalizar a luta. Mas sabemos que a indignação se mantém e que muitos milhares de professores continuam revoltados e dispostos a resistir.
O que importa agora é saber como querem resistir. Até onde estão dispostos a levar a luta. É verdade que na consulta às escolas, em Abril passado, milhares de professores se pronunciaram mas o resultado das suas opiniões e decisões nunca foi conhecido. Situação que muito lamentamos. Sabes também, alebana, que os movimentos não podem convocar greves, isso depende dos sindicatos ou das Assembleias de Escola. Mas podemos avançar com outras iniciativas e já em Setembro: uma manifestação, uma vigília, etc. Era importante perceber o sentir dos colegas quanto a isto, recolher opiniões e sugestões. Tudo indica, pelo que temos lido, que a FENPROF não irá avançar com nenhuma acção de rua antes das eleições. E os colegas, concordam com esta posição? Que deve então ser feito?
Abraço
Ricardo Silva
Na minha intervenção, não mencionei que as manifestações são sempre bem-vindas e causam sempre grande impacto!
Não importa quantos formos... Claro que quantos mais, melhor, obviamente!
Mas se eu e mais alguns lá estivermos já somos muitos! E podemos sempre dizer que estivemos lá!
O que me espanta é que este tema foi postado a 2 de Agosto e, até hoje, dia 11, temos apenas uma mão cheia de opiniões, se tanto...
Factor férias? Cansaço? "Deixa ver no que isto dá?" "Alguém há-de fazer alguma coisa?" "Já não vale a pena!"
Pois... pois é... espero estar enganada... aguardemos... serenamente...
Obrigada pela paciência em me lerem.
Abraço.
:)
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