segunda-feira, 16 de novembro de 2009

POSIÇÃO DO RICARDO SILVA - COM VÁRIAS QUESTÕES PERTINENTES


Eu queria apenas colocar uma questão muito simples aos colegas:
concordam que os professores titulares avaliadores que não avaliaram ninguém e não tiveram aulas assistidas venham a ser classificados com «Muito Bom» e «Excelente» apenas e só porque há quotas específicas para esse grupo de professores? Consideram isso justo e merecedor de uma aceleração na progressão na carreira (se confirmarem a classificação no futuro) ou de uma majoração na sua graduação profissional? Consideram mesmo que isto pode ser entregue como moeda de troca no “tabuleiro negocial”?

Afinal andámos a lutar pela justiça e agora vamos permitir que fiquem “nódoas” e “resíduos” da brutal injustiça que foi a aplicação deste modelo de ADD? E vamos permitir que afirmações da ministra não tenham consequências: quando se diz que “é preciso dar formação aos avaliadores” isto significa que as avaliações que se fizeram aferem realmente a qualidade superior dos avaliados com MB e Exc., de modo a permitirem efeitos que prejudicam outros colegas que se mantiverem firmes numa luta a que o tempo veio dar total razão?
Eu sei que a negociação exige cedências, mas não cedemos já nós o suficiente? Ou o que é que chamam ao congelamento das carreiras, aumento da idade da reforma, supressão das reduções no horário lectivo, regime de faltas, reduções por idade, aumento da burocracia de que o Estatuto do Aluno é só um exemplo, etc. etc. etc.?

Não se trata de querer a cabeça de ninguém, não se trata de querer exibir o escalpe dos adesivos e oportunistas, não se trata de humilhar ninguém, trata-se apenas de uma coisa, de uma coisa simples mas muito importante: REPARAR INJUSTIÇAS, REPÔR ALGUMA DECÊNCIA neste autêntico lodaçal! Isso é negociável? Para mim não. Chamem-me radical! Há princípios de que não abdico. E já nem quero agora tergiversar sobre o que poderíamos e deveríamos ter conseguido ganhar em tempo útil… se … se…

12 comentários:

paulo g. disse...

Não é radicalismo.
É idealismo.
Fica-te bem.
É bom que assim sejas.
Eu já não estarei assim, já estou desejoso que resolvam isto, de forma que não se prolongue de forma indefinida no tempo.
O que propões criaria uma enorme batalha jurídica que acabaria com os sindicatos a terem de defender esses colegas, enquanto .
Mas é nosso, de todos.

Entendes?sindicalizados, numa luta jurídica contra o ME.
Sei que não é problema teu

Joao norte disse...

Sou professor jóa aposentado, mas sou professor.
De facto, se o problema fosse visto do ponto de vista da justiça deveria ser recolocado no ponto antes da atribuição dessas qualificações que foram completamente injusta, muitos professores ascenderam a titulares só porque tinham estado na biblioteca ou coisa parecida contra outros com mais direitos. Só que o governo não quererá "dar o braço" e não sei se seria negociável o futuro. Será sempre uma injustiça.

Fatima disse...

Não posso estar mais de acordo com o Ricardo Silva, a quem agradeço, como colega, todo o empenho e coragem nesta luta. Para mim, também é muito claro que só a suspensão deste aberrante modelo poderá trazer alguma justiça às inúmeras injustiças cometidas por uma equipa governativa incompetente e prepotente que conseguiu tão só instalar nas escolas a golpada com as atribuições dos "xelentes"e permitir a ascensão em muitos casos da mediocridade até para cargos de direcção, para não falar de outras situações com implicações futuras gravíssimas.
.Tenho pena que mais uma vez os compromissos não sejam para cumprir, ou não disseram todos os partidos que estariam prontos a suspender esta avaliação caso o governo não o fizesse?
Carácter, precisa-se! É isto que está em causa, mas talvez faça parte do pacote de valores que têm vindo a ser esquecidos ou
suprimidos na nossa sociedade...
Os sindicatos terão de ser argutos, perspicazes e mais eficientes na negociação.

Mário Machaqueiro disse...

João,

As injustiças criadas pelo concursos podem ficar resolvidas a partir do momento em que se acabe, de vez, com a divisão da carreira. Isso pressupõe o fim das "titularidades" avulsas e a reposição de uma carreira única. Assim haja determinação política, sem tibiezas perante supostos "direitos adquiridos". E se alguém insistir em invocar os "direitos adquiridos" dos professores titulares, há que recordar então todos os direitos adquiridos de que a grande maioria dos professores foi espoliada pela anterior equipa ministerial.

Anónimo disse...

Concordo com o Ricardo.
Construir sobre pântanos não é defensável!

Anabela Magalhães disse...

Subscrevo, Ricardo. Deixei-o escrito no meu blogue para onde transcrevi o teu texto.
É um orgulho ter entre nós gente como tu!

Luís Sérgio disse...

O Ricardo tem razão, já cedemos de mais, trata-se de manter a coerência e defender a dignidade. definitivamente há coisas que não têm preço.

Força !

Luís Sérgio

Unknown disse...

Claro que me identifico com o Ricardo, por isso andei na A1 para baixo e para cima.
Estou farta de lidar com gente sem ideais/valores/frontalidade, sem coerência e que não cumpre aquilo a que se comprometeu.

RS disse...

Paulo,

Deixei já um comentário (#52) a isto que escreves aqui e ao teu post mais desenvolvido em

http://educar.wordpress.com/2009/11/16/o-que-o-ricardo-esquece/

Espero não ter sido demasiado radical, mas tu sabes, já falámos nisso, elas não matam mas moem, ando um bocado cansado também (combinar isto com as aulas, direcção de turma, reuniões, etc. é complicado) e custa-me ter de discutir contigo, logo contigo, algo que deveria ser, a meu ver, totalmente pacífico.

Abraço

P.S. Paulo, eu não concorro há mais de 20 anos e nem por isso tenho deixado de falar SEMPRE nos contratados, nos colegas das AEC's, na precariedade (quando a FENPROF fez uma acção de rua na 5 de Outubro sobre isto, apareci lá eu mais meia dúzia de colegas, estavam mais sindicalistas e jornalistas que professores) nos concursos, nas injustiças nas TEIP, na prova de ingresso, etc. etc. etc. Não é problema meu, percebes? Mas eu vou à luta também por eles. Não me digas agora que proponho o que proponho porque não é problema meu. Se procurares a minha moção apresentada no 1º Encontro de Escolas em Luta em Leiria, já faz tanto tempo, poderás comprovar o que digo. Seja como for, também te respondo a isso, no Umbigo, no post que linkei acima.

RS disse...

A todos os outros colegas deixo um forte abraço, fraterno e solidário. Há momentos em que a emoção domina e é assim que vos dirijo estas linhas: é importante, muito importante mesmo, sentir a vossa força e apoio. Nos movimentos, não desmobilizaremos nunca, estamos nesta luta, desde o início, de corpo e alma, porque ela é justíssima e tem de ser ganha. Porque somos todos professores e sentimos na pele os efeitos destas políticas que nos oprimem e consecutivamente nos roubam direitos e nos maltratam. Estamos e estaremos na luta, no respeito por princípios e valores que são inalienáveis, e que são comuns a milhares e milhares de professores que tanto têm sido atacados e injustiçados mas que, apesar de tudo, têm sabido manter a sua dignidade profissional intacta, a sua seriedade, responsabilidade e empenho, no trabalho com os alunos, dando ainda, em simultâneo, um enorme contributo cívico para uma democracia mais adulta e participada num país, Portugal, infelizmente, cada vez mais afundado no lodo da corrupção.

Obrigado por tudo, pela vossa força e apoio.

Abraço grande.

Sir do Vasco disse...

Concerteza Ricardo!
O sistema de avaliação dos professores oportunista tem de acabar assim como todas as ditas avaliações que se fizeram têm de ser dadas como nulas.
Ficarão grandes feridas de injustiça se assim não for.

Manuel Cardoso disse...

Não poderia estar mais de acordo!
Este é o espírito, esta é a verdade!

Um abraço para todos.

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