quinta-feira, 5 de novembro de 2009

UM DESAFIO PARA OS PROFESSORES


Os professores e as escolas públicas estão agora, em Portugal, numa situação mais favorável do que aquela em que se encontravam há um ano atrás. Seria insensato pensar que a actual maioria relativa do PS vai permitir ao governo manter intactas todas as políticas com que agrediu a dignidade profissional dos professores e com que degradou o sistema de ensino.
Mas isso não significa que a luta esteja ganha e a vitória garantida. Já se percebeu que o PS está a jogar tudo por tudo no arrastar de modelos e de políticas claramente rejeitados pela maioria dos professores e pela totalidade dos partidos da oposição. E, no caso específico da avaliação do desempenho, o governo, se tiver tempo para isso, vai pressionar as direcções das escolas de modo a que estas obriguem os professores a entregar os Objectivos Individuais, com isso encetando um novo ciclo avaliativo conforme ao modelo ainda em vigor, e procurando caucionar este último antes de qualquer iniciativa legislativa que conduza à sua suspensão.
Vamos ter, pois, um novo desafio pela frente: se os partidos da oposição não avançarem ou não se conseguirem entender no imediato, terão de ser os professores a dar uma prova inequívoca de como não estão dispostos a aceitar esta farsa, recusando, uma vez mais, a entrega dos Objectivos Individuais. Teremos de ser nós, professores, a não consentir que um processo de avaliação iníquo e grotesco possa ser reiniciado no preciso momento em que estão reunidas todas as condições políticas para lhe ser colocado um ponto final.
A FENPROF, num seu comunicado, já apontou para esta forma de luta. A APEDE, porém, entende que não basta fazer esse apelo. Todos sabemos que, num passado recente, a recusa de entrega dos OI não teve a expressão merecida, precisamente porque os professores ficaram entregues a si próprios e às suas escolhas individuais, numa situação de isolamento e de fragmentação que acentuou fragilidades e receios. Consideramos que, se um tal combate tiver de ser travado de novo, é fundamental que o seja numa atmosfera de plena unidade e solidariedade entre a grande maioria dos docentes. E julgamos que, desta vez, os sindicatos têm de vir às escolas, depressa e em força, para fazer junto dos professores a pedagogia da luta, impedindo assim a fragmentação que se verificou no passado ano lectivo.
Esta luta será, talvez, uma última grande prova de determinação colectiva dos professores antes da acalmia e da serenidade por que todos ansiamos. Mas será, sem dúvida, decisiva. Pois este não é o momento de mostrarmos cedências em aspectos que tocam no essencial do nosso brio de profissionais.

Profissionais que, contra ventos e marés, continuam a pugnar pela qualidade do ensino. E que não abdicam de lutar pelo que é da mais elementar justiça.

6 comentários:

Unknown disse...

Totalmente de acordo.
Abraços.

Xprof disse...

Os professores sob suspeita...há tanto tempo...

É hora de mudar!

Temos o dever éyico de continusr a nossa luta! Essa ficará na história...

Safira disse...

Ricardo!

Os professores têm que voltar à rua e já!

Gato Preto disse...

Plenamente de acordo. Temos de, em uníssono, dizer que, enquanto se mantiver a divisão da carreira e não for "passada a certidão de óbito" deste modelo de avaliação, a luta continua.
Isabel Alçada é mais simpática que a Milú (também não é preciso muito!...)mas, no ponto a que chegámos, só simpatia não chega.
Pelo "andar da carruagem", estou a ver que ainda temos de fazer mais uma "manif" um dia destes.

ProtestoGráfico disse...

É melhor começar a arregaçar as mangas...

http://protestografico.wordpress.com/2009/11/06/suspender-revogar-eliminar-enterrar-de-vez-a-avaliacao-milu/

Unknown disse...

SE tivermos que avançar para a luta de ve ter-se em con ta o seguinte:A luta não entregando objectivos, já se viu no ano passado que deixou os colegas isolados e sem apoio por parte dos sindicatos. Quando chegámos ao final do ano lectivo não havia sequer informação de quantos éramos a nivel nacional que estávamos em luta. Informação importante para sabermos se a luts tinha peso ou se estavamos a transformarmo-nos em martires. Continuo a considerar que a luta deve ser ao contrário, mostrando a inviabilidade do sistema de avaliação pedindo todos os professores toda a avaliação.

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