domingo, 9 de novembro de 2008

NOVAS RAZÕES PARA A MANIFESTAÇÃO DO DIA 15


A manifestação do dia 15 de Novembro, iniciativa que surgiu no seio dos professores e à qual o MUP e a APEDE se associaram para a tornar possível, ganhou hoje uma legitimidade acrescida. Quando a Ministra da Educação reage ao enorme protesto que os professores fizeram hoje desfilar nas ruas de Lisboa como se 120 mil docentes em luta fosse um pormenor irrelevante, mostra que a nossa contestação não pode parar a 8 de Novembro. E fica também demonstrado que os movimentos independentes de professores têm razão quando exigem da Plataforma Sindical a denúncia do memorando de entendimento que assinaram com o Ministério da Educação, pois é esse documento que a Ministra continua a esgrimir para condicionar os sindicatos e a própria luta dos professores. A exigência de uma ruptura clara com tal acordo é outro motivo fortíssimo para os professores regressarem às ruas de Lisboa no próximo Sábado. A partir do momento em que os professores sentirem que os sindicatos cortaram amarras com um cenário em que a perspectiva de negociação rapidamente degenera numa situação pantanosa, estará aberto o caminho para a radicalização que esta luta vai necessariamente exigir.
Temos de ser claros: o combate dos professores, no momento político que hoje se vive em Portugal, já não é apenas uma luta centrada nos alvos já conhecidos: contra as duas carreiras impostas pelo ECD, contra o modelo de avaliação que dele decorre, contra as novas formas de administração escolar, contra todos os instrumentos que degradam e fragilizam a já precária situação dos professores contratados. Sem abandonar o objectivo de derrubar todas estas políticas, a luta dos professores é, hoje, também uma luta contra o autoritarismo que se apropriou das formas de governação, ao reduzir os cidadãos a executores passivos de políticas que eles mesmos não aceitam. É uma luta contra um poder governamental que constrói com os seus parceiros uma relação de completa assimetria, em virtude da qual a partilha de autoridade, indispensável aos espaços de negociação, é sistematicamente negada pela postura arrogante de quem pensa que a maioria absoluta dos votos tudo permite e tudo justifica. Ora, o exercício da democracia não se pode esgotar no gesto de colocar votos numa urna de quatro em quatro anos, demitindo-se depois o cidadão de intervir a propósito de quaisquer decisões legislativas que lhe digam respeito. Num país onde o “respeitinho”, o culto salazarento da autoridade, teimam em persistir, a luta dos professores vem dizer bem alto, a toda a sociedade civil portuguesa, que a democracia tem de ser inscrita em todas as dimensões e espaços da experiência social, a começar pelo próprio local de trabalho.
Por isso, no dia 15 de Novembro importa que todos participemos num acto cívico em que, a par das justas reivindicações dos professores, estaremos também a lutar pelo futuro da democracia em Portugal.

6 comentários:

Anónimo disse...

Se este modelo de avaliação não for suspenso esta semana, lá farei mais 300 kms no meu bólide, lá estarei no dia 15!

nome da tela alterar disse...

eu estou lá

Teresa Martinho Marques disse...

Já enviei a TODOS os meus contactos a vossa carta e divulguei esta entrada na teia.

Estarei lá.

quink644 disse...

A naõ perder...
http://porquemedizem.blogspot.com/2008/11/o-homem-que-nos-confundiu-com-sua.html#links

Anónimo disse...

Também estarei LÁ!

Professor FARTO, muito FARTO!

KOHACIRCLE disse...

De uma vez por todas é necessário que nós os professores tenhamos a consciência cívica de que a luta pelo direito ao trabalho, à progres-
são na carreira, a uma avaliação exequível,objectiva, criteriosa, com indicadores precisos e mensuráveis; o direito de formar e ensinar, e de aprender de forma contínua e de atingir a posição a que a nossa competência nos guindar não pode ser hipotecada por um prato de lentilhas. É preciso ir até ao fim da luta pelo País e a Educação, pelos alunos e a escola, por nós e nossas famílias e dignidade sócio-profis-sional. A luta tem que avançar, sem medo, com a consciência cívica e patriótica que temos, com todas as consequências. Aquilo porque lutamos não tem negociação, de momento. É indispensável inverter esta maré de incompetência, nepotismo, caciquismo autoritário, atrabiliário e caceteiro. Não somos professores porque há governo, mas há governo - este ou outro - porque somos professores. É o momento de lembrar José Marti "Patria o muerte, venceremos!" Vivam os Professores de Portugal.

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