A ministra da Educação afirmou este sábado, em Mira, que a acção social tem sido "pouco eficaz" a combater o abandono escolar. Até 2007, dos alunos que chegavam a fazer exames finais do Secundário, só 3 a 5% eram apoiados.
Maria de Lurdes Rodrigues apresentava os resultados de um estudo do Ministério da Educação, na abertura do XXXIV Encontro da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), que incidiu sobre os primeiros três anos da actual legislatura.
Os dados do ano passado e do corrente ainda não estão tratados, sendo que o Governo, este ano lectivo, duplicou o investimento em acção social escolar (passou de 100 para 200 milhões de euros), revelou, ao JN, Maria de Lurdes Rodrigues.
No período abrangido pelo estudo, havia cerca de 900 mil alunos a frequentar os nove anos do ensino básico, dos quais 30% beneficiavam de apoios da acção social escolar, por terem feito prova das carências económicas do seu agregado familiar. Mas, no ensino secundário, a percentagem de alunos carenciados já se ficava pelos 15%, num universo de cerca de 300 mil alunos, contabilizou o levantamento ministerial.
Numa tentativa de explicar essa diminuição do básico para o secundário, a ministra chegou a colocar a hipótese de ela resultar do facto de os alunos do secundário, mais velhos e mais autónomos, não requererem o apoio a que poderiam ter direito.
Porém, Maria de Lurdes Rodrigues acabaria por concluir que o problema não era esse: na verdade, os jovens mais carenciados já haviam abandonado o sistema de ensino. De resto, dos 50 mil a 70 mil alunos que, entre 2005 e 2007, chegaram a fazer os exames finais do secundário, só 3% a 5% eram beneficiários da acção social.
"Isto diz tudo da eficácia da acção social escolar", comentou a ministra, perante mais de uma centena de membros da CONFAP, que não lhe poupou aplausos.
Já em declarações ao JN, a governante reconheceu abertamente que os valores referidos provam que o abandono escolar é um problema com maior incidência entre alunos provenientes das famílias economicamente mais desfavorecidas. "Em 30 anos de democracia, ainda não temos igualdade", lamentou, a propósito, o vice-presidente da CONFAP, António Amaral.
No presente ano lectivo, mais de 700 mil alunos beneficiam de acção social escolar, por via do reforço do investimento do Governo nesta área.
"O objectivo é que as crianças abrangidas pela acção social cheguem tão longe como as outras", apontou Maria de Lurdes Rodrigues, não sem deixar um aviso: "O efeito daquele investimento só se verificará daqui a alguns anos".
Por outro lado, acrescentou a ministra da Educação, há que tratar "o problema da eficácia dos apoios". "Eles ajudam, mas não contrariam completamente o abandono escolar", notou, depois de considerar que o abandono escolar tem de ser combatido em várias frentes, dentro e fora do sistema de ensino.
Nessa perspectiva, considerou que também não será a eventual obrigatoriedade dos 12 anos de ensino, só por si, que vai acabar com o abandono escolar. "É um factor de mudança".
Albino Almeida, presidente da CONFAP, que é hoje reeleito para mais um mandato de dois anos, sublinhou a aposta no ensino profissional como um dos caminhos a seguir, para segurar, no sistema, os alunos menos disponíveis para as vias mais convencionais.
Maria de Lurdes Rodrigues apresentava os resultados de um estudo do Ministério da Educação, na abertura do XXXIV Encontro da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), que incidiu sobre os primeiros três anos da actual legislatura.
Os dados do ano passado e do corrente ainda não estão tratados, sendo que o Governo, este ano lectivo, duplicou o investimento em acção social escolar (passou de 100 para 200 milhões de euros), revelou, ao JN, Maria de Lurdes Rodrigues.
No período abrangido pelo estudo, havia cerca de 900 mil alunos a frequentar os nove anos do ensino básico, dos quais 30% beneficiavam de apoios da acção social escolar, por terem feito prova das carências económicas do seu agregado familiar. Mas, no ensino secundário, a percentagem de alunos carenciados já se ficava pelos 15%, num universo de cerca de 300 mil alunos, contabilizou o levantamento ministerial.
Numa tentativa de explicar essa diminuição do básico para o secundário, a ministra chegou a colocar a hipótese de ela resultar do facto de os alunos do secundário, mais velhos e mais autónomos, não requererem o apoio a que poderiam ter direito.
Porém, Maria de Lurdes Rodrigues acabaria por concluir que o problema não era esse: na verdade, os jovens mais carenciados já haviam abandonado o sistema de ensino. De resto, dos 50 mil a 70 mil alunos que, entre 2005 e 2007, chegaram a fazer os exames finais do secundário, só 3% a 5% eram beneficiários da acção social.
"Isto diz tudo da eficácia da acção social escolar", comentou a ministra, perante mais de uma centena de membros da CONFAP, que não lhe poupou aplausos.
Já em declarações ao JN, a governante reconheceu abertamente que os valores referidos provam que o abandono escolar é um problema com maior incidência entre alunos provenientes das famílias economicamente mais desfavorecidas. "Em 30 anos de democracia, ainda não temos igualdade", lamentou, a propósito, o vice-presidente da CONFAP, António Amaral.
No presente ano lectivo, mais de 700 mil alunos beneficiam de acção social escolar, por via do reforço do investimento do Governo nesta área.
"O objectivo é que as crianças abrangidas pela acção social cheguem tão longe como as outras", apontou Maria de Lurdes Rodrigues, não sem deixar um aviso: "O efeito daquele investimento só se verificará daqui a alguns anos".
Por outro lado, acrescentou a ministra da Educação, há que tratar "o problema da eficácia dos apoios". "Eles ajudam, mas não contrariam completamente o abandono escolar", notou, depois de considerar que o abandono escolar tem de ser combatido em várias frentes, dentro e fora do sistema de ensino.
Nessa perspectiva, considerou que também não será a eventual obrigatoriedade dos 12 anos de ensino, só por si, que vai acabar com o abandono escolar. "É um factor de mudança".
Albino Almeida, presidente da CONFAP, que é hoje reeleito para mais um mandato de dois anos, sublinhou a aposta no ensino profissional como um dos caminhos a seguir, para segurar, no sistema, os alunos menos disponíveis para as vias mais convencionais.
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