A Manifestação do dia 30 serviu para mostrar que há ainda um número significativo de professores que não estão dispostos a baixar os braços e a dar a luta por terminada.
Neste Sábado, a tarde estava quente e convidava à praia.
Neste final de ano lectivo, o tempo parecia ser de desânimo e convidar à renúncia e à pequena estratégia do cálculo pessoal.
Mas cerca de 60 mil professores preferiram regressar à rua, manifestando uma vez mais a sua dignidade e a determinação em não deixar que este Governo continue a espezinhar os professores e a Escola Pública.
Com eles, estão todos os que se mantiveram firmes na recusa de entrega dos objectivos individuais.
Com eles, estão todos os professores que, ao recusarem entregar a auto-avaliação imposta pelo Ministério, ou ao optarem por entregar uma auto-avaliação alternativa (como a APEDE e outros movimentos têm defendido), afirmam claramente a sua disposição em não pactuar com a farsa do modelo de avaliação em vigor, seja na versão "simplex", seja na versão "complex" (qualquer uma inadequada e grotesca).
A Manifestação deste Sábado permitiu também mostrar que muitos professores continuam disponíveis para combates futuros e que esperam das direcções sindicais algo mais do que declarações de intenção. Esperam um plano de acções de luta realmente eficazes, que pressionem efectivamente o Ministério e que não se limitem a dar lastro a processos negociais cujo arrastamento só serve os interesses do actual Governo.
Os professores querem mais e necessitam de mais.
Ao invés do que alguns dirigentes sindicais têm vindo a dizer, esta luta dos professores não pode ser encarada como uma luta para muitos anos.
Aquilo que os professores sofrem nas escolas arrasta consigo uma urgência e uma exigência: encontrar formas de luta que obriguem quem está no poder a fazer cedências significativas. Cedências que ainda não foram feitas.
As direcções sindicais começam a reconhecer publicamente que nós, movimentos independentes, somos uma realidade incontornável.
Existimos e vamos permanecer no terreno, dentro das escolas onde trabalhamos, experimentando todos os dias na pele as consequências mais negativas destas políticas catastróficas para o ensino. É por isso que, na nossa bagagem, não há agendas extrínsecas aos interesses dos professores.
Existimos e vamos continuar a ser uma voz crítica e a lançar todas as iniciativas que estiverem ao nosso alcance para que as justas reivindicações dos professores tenham a satisfação pela qual todos ansiamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário