segunda-feira, 1 de junho de 2009

Professores voltavam a protestar "as vezes que fossem precisas"

Na oitava manifestação de professores desde que Maria de Lurdes Rodrigues tomou posse como ministra da Educação, alguns dos 80 mil professores que este sábado protestaram em Lisboa disseram que voltariam a protestar "as vezes que fossem precisas".
Para Jorge Guimarães, docente de história numa escola secundária de Braga, esta foi a terceira manifestação de professores em que participou.
Usando uma t-shirt com a frase "deixem-nos ser professores", o docente lembrou toda a "injustiça" e "maldade" das políticas educativas do Governo liderado por José Sócrates.
"Hoje estou aqui pela terceira vez e estarei as vezes que forem precisas, de cada vez que o futuro dos meus filhos e dos meus alunos estiver em causa", explicou Jorge Guimarães.
Veio de Braga num autocarro com cerca de 60 colegas e garantiu que "professores de todo o país" se manifestaram hoje em Lisboa.
Maria da Graça Loureiro, professora de português há 19 anos no Porto, também participou em todas as manifestações e greves nacionais que foram convocadas desde que Maria de Lurdes Rodrigues assumiu a tutela da educação.
"Temos de reivindicar. As pessoas não têm noção do que se passa nas escolas. Não temos condições para trabalhar. O clima está de cortar à faca", disse.
Emocionada, Maria da Graça Loureiro considerou que ser professor é "uma profissão de missionário" e contou que sempre quis ser docente.
"Se soubesse o que sei hoje não era professora. Digo isto com muita mágoa", confessou.
Colega de Maria da Graça, Maria Emília, professora com 61 anos, admitiu que vai pedir a reforma ainda este ano.
"Antes ninguém queria ir para a reforma, uns reformavam-se e continuavam na escola. Hoje, já não há paciência, não nos deixam trabalhar", explicou.
Também para Elvira, professora de história em Montemor-o-Novo, esta não foi a primeira manifestação, "e não será a última", porque "o que está em causa é o futuro do país".
"Os miúdos são o futuro e com este tipo de educação o futuro está comprometido", considerou a docente.
Na frente da manifestação, onde vários dirigentes sindicais seguravam uma faixa onde se lia "A força da Nossa Razão", dois professores de Lisboa, diziam à Lusa que seguiam para a rua "todas as vezes que fosse preciso".
Do JN de ontem

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