A nova associação - a primeira do género - terá como associados directores, subdirectores e adjuntos de escolas públicas de todo o país, «uma vez que se entende que todos são dirigentes escolares», adiantou hoje à Agência Lusa Pedro Araújo, director da Escola Secundária de Felgueiras.
«A intenção dos fundadores é criar uma entidade cuja principal marca seja a independência e que se preocupe, sobretudo, com a defesa de uma escola pública de qualidade em Portugal», explicou, acrescentando que se pretende, por isso, mobilizar «um grupo de professores com profundos conhecimentos sobre o funcionamento das escolas».
Na sequência das reuniões de Santarém, Coimbra e Lisboa, reuniram-se em Guimarães, no sábado, presidentes de Conselhos Executivos e directores de escolas de todo o país.
O objectivo foi «reflectir sobre temáticas relacionadas com o actual momento da Educação em Portugal», segundo Pedro Araújo.
Os temas em análise foram a formação e o processo de avaliação dos docentes, a criação de uma Associação Nacional de Dirigentes Escolares, o Estatuto do Aluno do Ensino Básico e Secundário e o processo eleitoral do director de acordo com o novo modelo de gestão das escolas públicas.
Comentário nosso:
Quando um número importante de presidentes de conselhos executivos começou a movimentar-se, reunindo em vários pontos do país e manifestando posições críticas em relação às políticas do Ministério, fomos dos primeiros a saudá-los. Nos tempos que se seguiram, essa movimentação acendeu diversas esperanças. Acima de tudo, a esperança de que os professores poderiam contar, dentro das escolas, com PCE e directores que não estariam dispostos a ser meras correias de transmissão dos ditames ministeriais.
Depois a esperança arrefeceu um pouco, tendo em conta que a movimentação dos presidentes e directores não teve a continuidade e a determinação que se previa inicialmente.
Agora que o movimento dos PCE e dos directores parece ter moderado a sua postura inicial, encaramos a constituição da ANDE com uma expectativa igualmente "moderada".
Seja como for, a APEDE continua a esperar, dos colegas directores e adjuntos, que assumem ser «um grupo de professores com profundos conhecimentos sobre o funcionamento das escolas», posições firmes e claras de denúncia das actuais políticas ministeriais, de defesa de melhores condições de trabalho nas nossas escolas e, acima de tudo, de defesa da dignidade e valorização da profissão docente.
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