Em relação à análise da situação hoje vivida nas escolas portuguesas, às causas e objectivos dos grandes factores de constrangimento a uma actividade lectiva encarada e desenvolvida com normalidade, e à ideia de ser imprescindível pôr cobro de imediato aos principais eixos da política educativa levada a cabo por este Governo, verificou-se uma grande convergência de opiniões entre todos os presentes, nomeadamente quanto:
à mensagem que é necessário transmitir, para todos os sectores da sociedade civil, de que a luta actual dos professores não é movida por meros interesses corporativos, já que reflecte antes uma profunda preocupação com o futuro da escola pública e com as condições indispensáveis a uma dignificação da profissão docente enquanto factor indispensável a um ensino de qualidade
ao repúdio, veemente e inequívoco, deste modelo de avaliação do desempenho docente, à necessidade de incentivar e apoiar todas as movimentações de escola que conduzam à suspensão imediata da sua aplicação e à urgente perspectiva de se abrirem negociações sobre outras soluções alternativas, que traduzam um novo modelo de avaliação, tanto mais que sucessivos incumprimentos do ME do memorando de entendimento que foi forçado a assinar no ano lectivo anterior com a Plataforma de Sindicatos praticamente o esvaziam de conteúdo e a delirante investida na alteração da legislação sobre concursos mais não faz do que confirmar
à recusa dos princípios fundamentais em que assenta o Estatuto de Carreira Docente imposto pelo ME aos professores, nomeadamente a criação de duas carreiras, a hierarquização aí estabelecida e os constrangimentos ao acesso e à progressão na carreira, apontando-se também a divisão arbitrária e injusta da carreira como um factor que condiciona e desacredita as soluções ao nível de avaliação do desempenho docente e não só, pelo que urge a abertura de processos negociais tendentes à sua profunda revisão
à rejeição de um modelo de gestão e administração escolares que visa, essencialmente, o regresso ao poder centralizado de uma figura que foge ao controlo democrático dos estabelecimentos de ensino e se assume unicamente como representante da administração educativa nas escolas.
Por último, os representes das estruturas, assim reunidos, reafirmam a sua intenção de tudo fazerem no sentido da convergência das lutas, para incrementar e reforçar a unidade entre todos os professores e em defesa da Escola Pública.
Lisboa, 30 de Outubro de 2008
FENPROF
APEDE
MUP
PROmova
30 comentários:
Agora já ficou completamente claro o objectivo da Plataforma Sindical em marcar a manifestação para o dia 8. A todos os activistas sindicais fica apenas um só conselho: venham dar aulas para as escolas.
DIA 15 TODOS A LISBOA: Uma escola, um autocarro.
Eu sou activista e dirigente sindical do SPZS-Fenprof e estou na Escola a dar aulas...alias ofereci 4 horas do meu horário para podermos ter dirigentes a tempo inteiro....Quem não sabe como funcionam os sindicatos que se informe antes de criticar...depois de estar informado todas as críticas são válidas...
Todos a Lisboa (no dia que bem entenderem)!!
Que a nossa acção continue no dia a dia, nas escolas, por todos!
Este comunicado conjunto poderia ser chamado de "memorando de entendimento entre os movimentos signatários e a plataforma sindical". Assim não vamos lá. Com este comunicado conjunto operou-se uma transferência de força e de poder dos movimentos independentes para a plataforma sindical, que é do mesmo tipo da que ocorreu, no ano passado, dos professores para o ministério, quando foi assinado o "memorando de entendimento". É preciso unidade, mas uma unidade com princípios, com força e com futuro. Uma tal unidade só será possível se os professores conseguirem obrigar a plataforma sindical a fazer o luto da sua traição à luta do ano passado. Da reunião entre os movimentos e a FENPROF só poderia haver um resultado positivo possível: a marcação de uma única manifestação, que poderia (poderá) e deveria (deverá)ser ainda maior do que a do ano passado, com um objectivo claro e inequívoco: a revogação imediata do actual modelo de avaliação. Como isso não aconteceu, a reunião foi um fracasso, mas parece que não há responsáveis por isso. Parece que todos ganhámos, quando a verdade é que todos perdemos. Não adianta no entanto chorar sobre o leite derramado. Há que continuar a luta e construir nessa luta a nossa unidade.
Inteiramente de acordo.Cada um que decida pela sua própria cabeça. Falsas unanimidades são sinal de fraqueza e de susbserviência, nuna de força e de coragem.
A FENPROF e os movimentos não acordaram, por unanimidade, na realição de uma única manifestação. Assim, vai haver duas manifestações: uma dia 8 (marcada pela Plataforma Sindical) e outra dia 15 (marcada pelos movimentos independentes).
Como já esperava esta divisão feita pelos sindicatos (estes só marcaram a “sua” manifestação depois de ter sido marcada a manifestação do dia 15), e pelo respeito que os movimentos independentes devem ter neste momento, irei apenas a uma manifestação: dia 15 de NOVEMBRO.
Dia 15 de NOVEMBRO: Uma Escola, Um Autocarros - MANIFESTAÇÃO NACIONAL DE PROFESSORES EM LISBOA
LS
Segundo está no site www.fenprof.pt houve um acordo para se fazer uma grande acção conjunta:
"TODOS NO DIA 8 DE NOVEMBRO
EM UNIDADE, OS PROFESSORES SERÃO MAIS FORTES PARA DERROTAREM A POLÍTICA EDUCATIVA DO GOVERNO
A FENPROF saúda o facto de ter sido possível chegar a acordo com três movimentos (APEDE, MUP e PROMOVA) no sentido de se realizar apenas uma grande iniciativa nacional de Professores - Plenário seguido de Manifestação, com trajecto ainda a definir - no dia 8 de Novembro. A FENPROF regista o tom construtivo e de procura de consensos e soluções que caracterizou a reunião do dia 29 de Outubro, sem prejuízo das diferenças de opinião e de análise críticas de parte a parte.
A Fenprof tudo fará para manter em aberto todas as vias de diálogo com a certeza de que a unidade de todos os professores e educadores num momento particularmente difícil assim o exige.
O Secretariado Nacional da FENPROF."
O PROmova tem no seu blog:
"Comunicado do Movimento PROmova
Nesta fase da contestação às políticas do ME e atendendo aos constrangimentos criados pela convocação de duas manifestações de professores (8 e 15 de Novembro), O Movimento PROmova partiu para o processo negocial com a Fenprof e os outros Movimentos com o lema “Unidos, ganhamos todos; divididos, perdemos todos”.
A partir deste espírito, foi possível concertar posições à volta de um conjunto de princípios prioritários e indeclináveis para os professores, além de estruturantes da “genética” do PROmova, especificamente, a exigência de suspensão imediata deste modelo de avaliação do desempenho e a rejeição da divisão arbitrária e injusta da carreira que, entre outras injustiças, desacredita todo o processo de avaliação do desempenho. Como estes postulados se encontram salvaguardados no comunicado conjunto, não hesitamos em contribuir para a unidade dos professores, associando-nos à ideia de uma manifestação única de sindicatos e movimentos.
Neste sentido, apelamos a todos os educadores e professores portugueses para rumarem a Lisboa, no dia 8 de Novembro, dando um sinal inequívoco da sua força reivindicativa. Uns irão pelos seus sindicatos, outros irão pelos movimentos com que se identificam e outros irão por si próprios. Mas é importante que vamos todos!
Para nós, mantém-se o apelo que lançámos “Uma escola, um autocarro”, pelo que os professores que abriram, nas escolas, inscrições para o dia 15, devem manter essa iniciativa, transferindo-a para o dia 8, e apresentarem-se, em Lisboa, em nome da sua escola.
Encontramo-nos todos, em Lisboa, no dia 8 de Novembro.
Aquele abraço,
PROmova"
Quando surge um acordo entre professores, pessoas capazes e responsáveis, há sempre alguém que acha que há uma traição, há sempre alguém que não sabe viver na Paz. É mais fácil destruir do que construir. Quem se juntou aos movimentos e os respeitou e confiou neles agora não respeita o trabalho e as decisões daqueles que escolheram para os representar??? Assim, mesmo que houvesse um entendimento entre os Sindicatos, o ME e os Movimentos para enforcar a Ministra, alguém haveria de dizer que isso era uma traição. DIA 8 TODOS JUNTOS!
Quando surge um acordo entre professores, pessoas capazes e responsáveis, há sempre alguém que acha que há uma traição, há sempre alguém que não sabe viver na Paz. É mais fácil destruir do que construir. Quem se juntou aos movimentos e os respeitou e confiou neles agora não respeita o trabalho e as decisões daqueles que escolheram para os representar??? Assim, mesmo que houvesse um entendimento entre os Sindicatos, o ME e os Movimentos para enforcar a Ministra, alguém haveria de dizer que isso era uma traição. DIA 8 TODOS JUNTOS! João Paulo.
O comunicado conjunto é claro numa coisa: não houve consenso para uma manifestação conjunta. A FENPROF tentou obrigar os movimentos a cancelar a sua acção, estes resistiram (penso que porque sabem que muitos professores desconfiam e com razão da FENPROF) e no final os movimentos não quiseram ficar com o odioso de serem acusados de enfraquecer a manifestação do sr. Mário Nogueira e, embora sem desconvocar a do dia 15, disseram apoiar a do dia 8 também. Pelo menos no caso do MUP ...
Que devem fazer os milhares de professores que não se identificam, nem com uns, nem com outros. Não tenho dúvidas, ir a 15, para que o Governo não possa dormir descansado após a manifestação ordeira do dia 8.
Eu respeito o sentido que a APEDE sempre assumiu: DIA 15 DE NOVEMBRO vou a Lisboa.
Porquê ? Os movimentos independentes dos professores têm amor à camisola e só têm uma palavra.
UMA ESCOLA, UM AUTOCARRO = MANIFESTAÇÃO NACIONAL DE PROFESSORES DIA 15 DE NOVEMBRO TODOS EM LISBOA
"(...) Por último, os representes das estruturas, assim reunidos, reafirmam a sua intenção de tudo fazerem no sentido da convergência das lutas, para incrementar e reforçar a unidade entre todos os professores e em defesa da Escola Pública."
E já agora, se alguém escrevesse preto se afinal há UMA ou DUAS manifestações, agradecia.
Colegas,
Parece que o ME anda por aqui.
Assim se vê a cara dos muitos anónimos que por aqui andam. Depois deste comunicado só motivos sinistros explicam a teimosia da manutenção de duas manifestações. Já percebemos porque estão descontentes com os sindicatos, mas percebam que não é isso que agora está em questão. Não para quem de facto é professor. E percebam que nas escolas onde se está a suspender o processo de avaliação ninguém está preocupado com movimentos ou sindicatos. Já chega!
Parabéns, antes de mais, aos movimentos. E depois aos sindicatos.
Fez-se o que havia a fazer. Agora é a vez dos professores não se colocarem com politiquices e irem à manifestação dia 8. É essencial. Deixem os pormenores e foquem-se no essencial!!!
TODOS A LISBOA!
E afinal a APEDE retira ou não a convocatória para o dia 15? Acompanha o MUP no apelo a duas manifestações, acompanha a FENPROF no apelo a uma única manifestação a 8, ou não acompanha ninguém e apoia apenas o dia 15? Não percebi o que defende a APEDE
De que vale enfileirar atrás de sindicatos que depois assinam um memorando que nos trai as expectativas?
O Memorando foi possível porque estavam 100 000 professores na rua.
Eu não estou contra o meu sindicato. Este é que não me tem defendido convenientemente.
Olha, olha... pois é, é mesmo por causa destes fundamentalistas que querem a toda a força a divisão dos professores que eu já não vou a 15.
Motivos:
1º vou manifestar-me contra as políticas do ME (tal como os cartazes do dia 15 anunciam) e não, apenas, contra a ADD;
2º a nova lei para os concursos vai sair antes do dia 15, logo a manifestação não a vai alterar e como todos sabem depois de sair a lei é cumprir tudo certinho e direitinho (como tem sido até agora, ai não foi?, ah, pois é, a ADD não se fez no ano passado, como estava previsto, por causa desses malvados dos sindicatos que nos traíram e nos impediram de sermos grelhados).
3º Pretendo manifestar-me enquanto ainda há negociações para que o meu/nosso gesto tenha a força pretendida.
4º Detesto essas cenas de a 8 ganham os sindicatos ou a 15 ganhamos nós. Afinal com essas atitudes quem perde são os professores.
A maioria dos professores quer uma manifestação conjunta que mostre vontade e unidade, estão-se completamente borrifando para a data.
vais trair o comunicado conjunto do teu movimento independente!!! tão independente que reúne com aqueles que critica... ai os protagonismos
Não percebo
Se há um acordo e TODOS ASSINARAM esse acordo para dia 8 ... PORQUÊ que andam a insistir com o dia 15?
Será que também a Maria de Lurdes, o Valter Lemos e o Pedreira, vêm para aqui escrever?
Só pode!!!
Vamos a 8 a 15, a 30, a 17, a 28 ... quando quiserem. Vamos a todas.
Mas VAMOS TODOS JUNTOS.
Não inventem divisões!
Às vezes até penso que andam por aqui funcionários do Ministério dito da Educação.
Caramba, estou farto!!!
PENSEM
quem afirma agora que vai dia 15 mostra o que são os movimentos: uma capoeira sem rei nem roque onde cada um diz e faz o que lhe apetece. onde fica a unidade? onde fica a estratégia e a organização? os sindicatos erram mas estão sempre lá. os movs nem sabemos onde estão. dia 8, claro!
Pedido ao colega Mário Machaqueiro. Confirma ou desmente o que está no Publico, que a seguir transcrevo:
"“Neste momento, e face à situação em que vivem os professores, a unidade é demasiado importante”, sustentou Mário Machaqueiro, coordenador da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino, um dos três movimentos que estavam a organizar a manifestação de dia 15.
Para chegarem a acordo, explicou, os líderes dos movimentos prescindiram daquilo que antes consideravam essencial, a denúncia, por parte da Plataforma Sindical, do memorando de entendimento estabelecido com o Ministério da Educação. Em contrapartida, explicou, a Federação Nacional de Professores (que integra a plataforma) aceitou subscrever um comunicado conjunto em que se afirma os “sucessivos incumprimentos do memorando”, por parte do ministério, “o esvaziam de conteúdo”, “praticamente” (http://apede.blogspot.com)."
Quem afirma agora, depois da assinatura do comunicado conjunto, que vai dia 15 mostra o que são os movimentos: uma capoeira sem rei nem roque onde cada um diz e faz o que lhe apetece. onde fica a unidade? onde fica a estratégia e a organização? os sindicatos erram mas estão sempre lá. os movs nem sabemos onde estão. dia 8, claro!
Depois das manifs vamos ocupar as ecolas 24 horas por dia até a minstra ir para a rua!
Depois das manifs não podemos ficar parados. Vamos ocupar as escolas 24 horas por dia até a ministra ir para a rua....
E nada da reunião de hoje? OK ... Dá para imaginar ...
Eu juntei-me à APEDE confiando no que diziam: ser uma força alternativa aos sindicatos que há muito, em meu entender, deixaram de representar e trabalhar para os professores. A acção dos sindicatos depois da manifestação de Março passado ficará para a história como a maior traição em toda a história do sindicalismo deste país. Ver agora a APEDE a subscrever o manifesto desses mesmos que desmobilizaram e ajudaram a destruir quem deviam defender, é revoltante e desmoralizador. Vou dissociar-me do movimento.
Ontem ao ler uma notícia do Público na net fiquei extremamente contente porque existia a mensagem de que os os sindicatos e os movimento se tinham unido para uma só manifestação. Hoje parece q andam todos confusos. Uns dizem que houve entendimento e só haverá uma manifestação, outros que houve entendimento, mas que existirão duas manifestações? NO MEIO DESTA CONFUSÃO ONDE FICAMOS, UMA, DUAS? ANDAM A BRINCAR COM OS PROFESSORES?
ENTENDAM-SE E DEIXEM-SE DE DIVISÕES! VAMOS TODOS A UMA SÓ MANIF!!!
As manifestações são uma forma elementar de luta. A forma superior de luta, a única eficaz, é a greve geral de 2 ou 3 semanas pelo derrube da ministra e a revogação do Estatuto da Carreira Docente e do Sistema de Avaliação Burocrático e Arbitrário.
Não vejo a APEDE nem os sindicatos traidores organizarem a greve geral de professores... Porquê? Somos economicistas? Temos medo do sacrifício económico?
Francisco
Sim, provavelmente por isso e
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