1.º mito: Até há pouco tempo, os sindicatos de professores controlavam o Ministério da Educação
De acordo com este mito, os sindicatos de professores há muito que vêm dominando o Ministério da Educação, impondo às políticas educativas uma agenda toda direccionada para a férrea protecção das “regalias corporativas” de uma classe profissional basicamente composta por preguiçosos e absentistas. Independentemente de esta acusação ser ofensiva para a grande maioria dos profissionais dedicados e competentes que trabalham no ensino e de a mesma se inscrever nas trivialidades anti-sindicais, tão ao gosto da conversa neoconservadora dos nossos dias, está por demonstrar o seu fundamento.
Se os sindicatos detiveram semelhante influência sobre o Ministério, nós, professores, gostaríamos de ter visto isso traduzido na melhoria da nossa condição salarial – que não é propriamente elevada, apesar de outro mito que circula por aí –, na melhoria das nossas condições de trabalho em escolas mal equipada, com turmas e espaços sobrelotados, e, já agora, no reconhecimento pela tutela da relevância social dos professores dos ensinos básico e secundário. Um reconhecimento não apenas retórico mas efectivo, apostado em dotar os docentes deste país dos meios de autoridade pedagógica. Um autoridade que, para ser real, tem de começar por ser simbólica, assentando necessariamente na assunção política da importância da nossa profissão. Nas últimas duas décadas de actividade lectiva, nunca sentimos, da parte dos sucessivos responsáveis pela pasta da Educação, qualquer sinal nesse sentido.
Esperamos, pois, que nos mostrem em que consistiu esse enorme poder dos sindicatos no sector do ensino.
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