Diversos comentadores, bloggers que muito prezamos e colegas de outros movimentos, têm-se pronunciado favoravelmente a propósito do recente relatório da OCDE sobre a avaliação do desempenho dos professores portugueses. O Ramiro acha que o relatório arrasa o modelo de avaliação congeminado pelo Ministério; o MEP sustenta uma opinião semelhante; e o Paulo faz uma leitura menos entusiasta, sublinhando, contudo, certos aspectos que parecem jogar a favor dos professores.
Pela nossa parte, sentimos alguma dificuldade em descortinar grandes motivos de satisfação no referido relatório. É, no essencial, um típico produto OCDE, organização que inspira em diversos sectores um temor reverencial cuja pertinência nos escapa.
Há que dizer, antes de mais, que a OCDE é uma ponta-de-lança na promoção da ideologia neoliberal, na defesa da mercantilização dos serviços públicos e da sua formatação à luz dos mercados desregulamentados. Os relatórios da OCDE são peças puramente ideológicas que não podem ser julgadas como se tivessem alguma credibilidade científica. Devemos, pois, encará-los com a mesma suspeita que nos mereceria um relatório da administração Bush sobre a existência de armas de destruição maciça no Iraque.
Nos próximos "posts", faremos a necessária desmontagem de um texto que está a suscitar entusiasmos um tanto ou quanto exagerados.
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