MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE COM A LUTA DOS PROFESSORES DO POLITÉCNICO
Apesar das distinções e divisões espúrias que este e outros governos têm criado entre os professores dos ensinos básico e secundário, por um lado, e os professores do ensino superior, por outro, e que serviram para encobrir dificuldades e causas comuns a esses diferentes graus de ensino,
apesar de o modelo de avaliação do desempenho e de o novo estatuto da carreira docente terem sido tacticamente travados na sua aplicação ao ensino superior, contrariamente ao que sucedeu no básico e no secundário,
a APEDE considera importante a luta que os professores do ensino politécnico estão agora a travar contra a precariedade nas suas carreiras,
condena a barragem de intoxicação com que alguns órgãos de comunicação estão a tentar envenenar a opinião pública relativamente à justeza dessa luta, numa estratégia de manipulação em tudo similar ao que fizeram perante o combate dos professores do básico e secundário,
e manifesta a sua solidariedade e o seu apoio aos professores do politécnico, com uma palavra de apreço particular pela determinação que estão a mostrar na sua luta.
3 comentários:
Como sabem, a nível do ensino básico e secundário, tem havido uma grande contestação ao possível fim dos concursos de docentes, abrindo caminho para a contratação directa, o que dará origem a muitas injustiças, sendo que critérios como a cunha irão funcionar mais alto.
Ora o que se passa com os docentes dos politécnicos é que a grande maioria dos que estão agora a protestar foram contratados sem qualquer concurso público, sem critérios sérios e muitas vezes em detrimento de pessoas com médias mais altas.
Concordo assim inteiramente que eles sejam todos submetidos a um concurso externo para vinculação.
Pois. Mas o problema é que muitos desses professores já estão a trabalhar há diversos anos, tendo contribuído para as instituições onde leccionam, sem que as condições iniciais de contratação constituíssem problema. A questão que o Carlos levanta prende-se, de resto, com as "regras" que têm vigorado na maior parte do ensino superior. A colocação dos professores por concurso nacional, que a APEDE continua a defender, também não é isenta de problemas. Ela impede, por exemplo, que professores sem vínculo a uma dada escola, na qual tenham dado mostras de um trabalho de elevada qualidade, não possam permanecer nesses estabelecimentos de ensino, mesmo que eles e os colegas assim o desejem, quando se vêem forçados a concorrer novamente. Teria de haver aqui uma solução equilibrada, capaz de conjugar nacionais, transparentes mas cegos, com a possibilidade de que professores nas condições acima referidas pudessem renovar os seus contratos com as escolas que os desejam. Confesso que não sei como isso se poderia fazer.
Desculpem, mas a forma mais justa de contratação, a única que pode impedir critérios abusivos e prepotentes, é o concurso público.É a forma de recrutamento mais transparente e deve ser exigida para todos os cargos públicos.Quanto ao ensino politécnico, é mais outro dos embustes destas políticas educacionais à deriva: se concedem diplomas de grau superior (licenciaturas) idênticos aos das universidades, não vejo razões para abusar da semântica e não passarem a chamar-se universidades, como as que têm esse nome, regendo-se pelos mesmos critérios e exigências, nomeadamente no que toca ao corpo docente.O Carlos tem toda a razão: tive colegas de curso, autênticas "lanternas vermelhas", que passaram a docentes do politécnico apenas por cunha, e todos conhecemos a indigência do ensino de certos politécnicos devido à falta de habilitações do respectivo corpo docente. Não se podem enganar os alunos, nem premiar a mediocridade.Acabem-se com os politécnicos de vez,passem a chamar-lhes universidades e obriguem o corpo docente a ser mestres e doutorados. É que, o que está a acontecer, é que no ensino secundário, o ensino é mais exigente que em muitos politécnicos! Ora isto é uma aberração! Querem exemplos e nomes? Se for preciso eu dou e provo!
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